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Blog do PCO

Crises não têm data

O Brasil não está metido numa crise, como afirmam muitos. É puro engano. Estamos metidos em pelo menos três crises, sem que saibamos quais são causas e quais são consequências das demais. Crise econômica, da qual reclamamos mais, crise política e crise ética, que talvez por fazerem parte de nossa rotina, nem nos damos conta delas. Nos limitamos a criticar nossos governantes, sem cobrar deles pelo menos mais pudor.  Mas voltando às crises, a econômica, apesar de todos os estragos que provocam, é a mais fácil de ser superada. Como afirma com convicção o presidente da Fiat, Cledorvino Belini, elas são cíclicas, no Brasil, então, nem se fala, e em mais dia menos dia, vamos vencê-la.  Ele, porém não se arrisca a fazer uma previsão de quando isto vai ocorrer. Para muitos, alguns movimentos externos, como a recuperação dos preços de commodities, podem fazer o Brasil retomar o crescimento de forma natural. Se isto acontecer, vamos superar mais um de nossos momentos difíceis. Mas já faremos isto com outra crise no horizonte, sem darmos aos nossos empreendedores a oportunidade  de trabalharem com planejamentos de mais longo prazo, fundamentais para alguns setores da economia. O que precisamos é superar a crise e acabar com a volatilidade de nossa economia. Aí é que está a dificuldade. Para atingirmos este nível,precisamos de estabilidade política. Não a estabilidade de instituições que estas, no Brasil, são estáveis. O problema está na qualidade destas instituições, problema resultante da outra crise, lembram-se, da ética. Sem isto, nada feito. Vamos viver de soluços em soluços, crescendo em alguns momentos e nos afundando em outros, até que por azar, caiamos num atoleiro que nos travará economicamente, consolidando nossa posição de exportadores de montanhas e produtores de bananas. Quadro que, por sinal, está aí, bem delineado, com a constante perda de participação da indústria na formação do PIB nacional. Sinal de que não estamos investindo no setor. Situação que vai permanecer enquanto a confiança da sociedade não for recuperada. O que só acontecerá quando formos mais competentes, sérios e éticos politicamente.

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