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Blog do PCO

Se correr o bicho come…

Por: Paulo César de Oliveira

Se cobrirem com uma lona, vira circo. Se cercarem, vira hospício. Ou cadeia, né! Está assim a política brasileira. Com atores de má qualidade, estamos dando um espetáculo de baixo nível para o público interno e, principalmente, para o externo. Não se brinca impunemente com coisas sérias. Ou, num linguajar bem do interior de Minas, “quem quer galinha, não faz xô”. E estamos nós a espantar nossas galinhas dos ovos de ouro, passando aos investidores a impressão – talvez fique melhor a certeza- de que retrocedemos, voltamos a ser uma republiqueta da América Latina, onde vale tudo pelo poder, inclusive o bate boca público e o ridículo dos argumentos. Governo e oposição precisam, rapidamente, se conscientizar de que este clima de briga de rua não leva a nada. Ministros de Tribunais Superiores, da ativa e aposentados, precisam ter a cerimônia do cargo, mantendo uma postura mais séria. Não que não tenham o direito de opinar, mas precisam aprender a fazer isto sem alimentar as disputas políticas pelo poder. Dos políticos o que se espera é que sejam mais discretos, que tenham mais postura, que deixem de se engalfinhar para agradar ou acusar o Governo, em nome de uma tal governabilidade, que, até aqui tem gerado verdadeiros horrores em alianças, ditas programáticas mas, na verdade pragmáticas, cada um levando suas vantagens. Alianças que são, como gostava de dizer o ex-governador mineiro Newton Cardoso, verdadeiros “casamentos de tatu com cobra”, tal a disparidade ideológica, quando há alguma ideologia, entre os partidos. Aos advogados, recomenda-se um pouco mais de criatividade, ou quem sabe, estudo, para se arrumar outros argumentos de defesa que não seja “os outros fizeram o mesmo antes”. Se for assim, matar alguém não é crime. Afinal, no inicio dos tempos, Caim matou o irmão Abel e foi perdoado pelo Senhor. Não é diferente com o eleitor. Fazem, fazem e o eleitor ainda reelege. Por isso é que virou circo. Ou hospício. Cadeia ainda não.

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