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Blog do PCO

Situação incontornável

Por: Paulo César de Oliveira

Os matreiros políticos mineiros, expulsos de cena pelos espertalhões, quando queriam desenhar um quadro de confusão política diziam que “a coisa tá tão confusa que vaca anda estranhando bezerro”.  E a nossa vaca que já está  com acessos de tosse, tantos são os compromissos que a presidente Dilma não está cumprindo, agora anda estranhando seu bezerro. Tal a confusão política em que o país se meteu.  Então nesta discussão sobre “pedaladas fiscais”, impeachment, cassação de registro da presidente e seu vice, Michel Temer, nossos políticos, magistrados e conselheiros, chegaram a tal nível  na tentativa de esgueirarem-se  de suas responsabilidade, que chega a beirar o ridículo. Há gente importante, inclusive no meio jurídico, defendendo a tese de que o TCU não deveria rejeitar as contas da presidente Dilma para não causar o desmoronamento da economia, pelo desgaste que causaria na confiança dos investidores. Usam o mesmo argumento para dizer que o Superior Tribunal Eleitoral não pode cassar a presidente e seu vice pelo risco do caos políticos. Melhor que aprovem as contas com ressalvas o que quer dizer o mesmo que aprovação. Esqueçam de quem são as contas. Não interessa as consequências das rejeições. Se há irregularidades, que sejam reprovadas. No caso da análise dos Tribunais de Contas, até para pressionar o Legislativo que é quem tem a palavra definitiva para dizer se as contas estão ou não aprovadas. E nossos parlamentares, salvo algumas exceções em cidades do interior,  fazem julgamento político do que é essencialmente técnico. E sempre aprovam. Nosso Congresso, por exemplo, há quinze anos não analise contas do governo. Mas aprova. Renan Calheiros e Eduardo Cunha já trabalham para aprovar as da presidente Dilma. Legislativo e Judiciário abrem mão de funções para servir ao Executivo. Se é assim, porque que existem? Aí a vaca não entende e fica sem reconhecer o bezerro. E tossindo muito.

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