O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini (foto), disse nesta terça-feira (24) que, a partir de abril, a inflação será inferior às taxas mensais que vêm ocorrendo no primeiro trimestre. Em janeiro, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 1,24%, e, em fevereiro, em 1,22%. Ele reiterou que a política monetária “está e continuará vigilante” e que é “factível” o objetivo de convergência da taxa para o centro da meta da equipe econômica, de 4,5%, a partir de 2016. Tombini também repetiu que a inflação sofre pressão do ajuste dos preços internacionais, impactados pelo fortalecimento do dólar, e dos preços administrados, como os de energia e gasolina. O presidente do BC voltou a destacar que 2015 será um ano de “transição”. Quanto à atividade econômica, ele disse esperar expansão do setor agropecuário, crescimento modesto do setor de serviços e retração da indústria. Na avaliação de Tombini, a demanda das famílias e o crédito crescerão de forma “moderada”.
Mais exportações, menos importações
Segundo ele, em função do dólar mais forte, o setor externo contribuirá para a economia este ano. “Espera-se uma contribuição positiva do setor externo, com expansão do volume exportado e alguma contração das importações,” De acordo com Tombini, a balança comercial, que fechou 2014 deficitária, deve voltar a apresentar superávit. O presidente do Banco Central também fez uma avaliação do cenário econômico internacional e de seus impactos para o Brasil. Para ele, a economia global continua em recuperação gradual. Tombini ressaltou que a recuperação dos Estados Unidos contribui para o fortalecimento do dólar. Outros países, como os da zona do euro, se recuperam de forma “desigual”. Ele disse ainda que a queda de preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional) tem impacto nas economias emergentes. Alexandre Tombini deu as declarações em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.