Um programa tem mudado a produção de leite em Minas Gerais. Um exemplo disso foi o que aconteceu com o produtor André Silva (foto), do Sítio Santo Antônio, em Paraguaçu, que conseguiu passar a sua produção de leite de 50 litros/dia para 400 litros, com potencial de chegar a mil litros. O projeto que mudou a vida do André, é o Balde Cheio, que segundo o supervisor ATeG Balde Cheio Reg Sul e Centro-Oeste, Alexandre Prado, foi desenvolvido pela Embrapa Sudeste, localizada em São Carlos, em SP, para pecuária de leite Intensiva. O presidente da Faemg, Roberto Simões e Rodrigo Alvim, decidiram investir nessa ideia e uniram o trabalho da Faemg e Senar com o da Embrapa para levar esse conhecimento aos produtores rurais mineiros. Essa parceria chegou à cooperativa de Paraguaçu e a André Silva. O produtor rural disse que o projeto mudou a sua vida e revolucionou o seu modo de pensar. “Não acreditava que poderia aumentar a minha produção”. Com o tempo ele conquistou essa mudança radical, a partir de uma visita de técnicos do programa Balde Cheio à sua propriedade. O segredo, segundo ele, é muita dedicação e acreditar na mudança. A gestão do projeto fez tudo acontecer, segundo ele. Ele foi orientado, levou alguns puxões de orelha, e aos poucos mudou a sua realidade.
Porteira para dentro
O médico veterinário da Cooperativa de Paraguaçu, Tácio Carneiro, falou que o foco é da porteira para dentro, a partir do manejo dos animais e do uso de solo para atender as necessidades de alimentação, pensando em chegar a produção desejada. A partir daí, foi iniciada essa transformação. O verão muito chuvoso, mas o inverno frio, interferia na alimentação do gado, o que levava a uma produção muito baixa, segundo Tácio Carneiro. Foram implementadas as melhorias, com foco na nutrição dos animais, que não tinham alimento de qualidade o ano todo, e a partir daí foram feitas as mudanças e a produção aumentou substancialmente. O último passo desse processo, segundo Tácio, foi a compra de novos animais. Agora, André Silva investe em equipamentos, inclusive com instalação da internet, para avançar ainda mais.
Vencendo desafios
Os desafios que surgiram devido a pandemia da Covid-19 foram imensos, segundo disse o gerente Regional do Sebrae da Zona da Mata e Vertentes, João Roberto Marques Lobo, durante a live Fórum de Minas, evento promovido pela VB Comunicação. Essa nova realidade fez com que o Sebrae buscasse alternativas que não tinham sido pensadas para permitir a sobrevivência das empresas. Ele disse que muitos pequenos empresários do comércio sofreram com fechamento de suas portas. Os que estão conseguindo crescer foram os que migraram para o e-commerce e esse é um desafio que eles estão tentando vencer. Na indústria, que tem o setor de móveis e confecção fortes, muitas confecções tiveram problema com a concorrência de empresas da China. Segundo ele, muitas empresas locais não conseguem realizar as mudanças com a velocidade tão grande como a chinesa. Por isso, o foco na indústria 4.0, que produz dados para o empresário, que consegue assim mudar a sua produção.
Conhecimento técnico
Natália Ferreira, dona da MultiSeg Uniformes, em Juiz de Fora, empresa construída pelo pai Sílvio e pela mãe Cristina Ferreira, começou a partir da demanda que Silvio observou que existia. Ele era representante de uma empresa, que não estava conseguindo atender a demanda. Daí surgiu o negócio abraçado pela família. Natália conta que com a ajuda do Sebrae ela foi em uma missão empresarial para a China para conhecer as indústrias de lá. Unindo o que ela aprendeu na China ao conteúdo que ela buscou em palestras e cursos no Sebrae, ela implantou na empresa esse conhecimento adquirido. O resultado veio logo. Além do mercado de uniformes, ela trabalha para atender ao mercado hospitalar, setor que foi muito demandado devido a pandemia da Covid-19. A produção atual chega a 10 mil peças/mês e a família está preparada para muito mais.