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Blog do PCO

A caminho de um Estado mais tecnológico

Por: Jaqueline da Mata

 

Eleito o mais jovem vereador de Belo Horizonte, no ano de 2004, Miguel Corrêa, tinha 26 anos. Hoje, aos 36 anos, pode olhar para trás com orgulho de sua trajetória na política –  onde foi eleito deputado federal com 80.049 votos e reeleito ao mesmo cargo com 113 mil votos – com vistas para um futuro ainda mais promissor. Atual vice-presidente do PT-MG, assumiu a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais onde pretende colocar o Estado entre os mais modernos do país em se tratando de novas tecnologias. Decidido desde criança – na sexta série após uma aula de história sobre como as pessoas enfrentaram a ditadura e lutaram pela democracia – Corrêa se encantou e colocou na cabeça que queria contribuir no caminho das políticas públicas, sempre pensando em horizontes maiores como gestor público. Nesta entrevista, o secretário dá um panorama do cenário de Minas Gerais, em se tratando de tecnologia, e  ressalta seus planos para o cargo que ocupa no Governo Estadual. Muito educado e um pouco tímido, Corrêa  mostra que faz parte de uma safra de políticos que pensa no bem comum e num futuro melhor para o Brasil. Confira.

 

 

 

Qual é o panorama da tecnologia no estado?

É um ambiente novo no Estado. Óbvio que em se tratando das pessoas que não atuam diretamente com tecnologia e não percebem ambiente de tanta solidez que existe no mercado de tecnologia, de inovação de TI dentro de Minas Gerais. A gente tem desde grandes cases mundiais a um ambiente imensamente fortalecido pelas instituições federais, universidades federais, estaduais a particulares e privadas que têm repleta rede dentro do Estado.  Em consequência disso, a produção científica, de inovação, tecnologia, de patente tem uma robustez muito grande em Minas. Queremos aproveitar todas essas expertises associadas às outras ações que permeiam a ação de inovação e de tecnologia e construir um dos ambientes mais promissores da tecnologia e da inovação em Minas Gerais.

 

Na prática o que já está encaminhado efetivamente?

O papel do Estado é identificar, articular, fomentar  e executar um grande programa que congregue isso tudo.  Esse papel articulador é que tem que ser a grande tarefa do poder público. Essas ações já acontecem dentro das universidades, elas acontecem  em programas federais, como Sebrae, Fiemg. Depois que você consegue identificar todas essas ações, buscar uma articulação central para produzir uma energia na mesma direção é que é o grande desafio. Nós já temos muitas ações acontecendo e teremos muito mais a partir de agora tendo isso como eixo.

 

Então o papel do Estado é de um grande articulador?

Sim. Ser o articulador, fomentador e indutor dos negócios para fazer com que o setor privado  atue com mais energia, esteja melhor articulado e óbvio gere  riqueza, dividendos e impostos.

 

Na  palestra, no Conexão Empresarial em Araxá, o senhor disse que nossas escolas estão muito ultrapassadas.  Mas qual seria o caminho?

Se imaginarmos o modelo educacional é o mesmo dos nossos tataravós. O modelo educacional  não inovou em nada, não trouxe novos ambientes e essa  geração de hoje é uma geração high tech, tem muito acesso a informação mundial. A  economia já passou pela globalização e hoje a informação é globalizada, as culturas são globalizadas. Nós todos vivemos, praticamente, em um mesmo local aculturado que é o mundo. Uma criança de 5 anos tem acesso a isso tudo. É importante a gente pensar um novo modelo para que esses jovens  enxerguem mais atratividades em ambientes de informação educacional e profissional. E a aposta que estamos fazendo em nome do governador Fernando Pimentel é uma aposta no caminho da inovação  da tecnologia. Que seja um complemento ao ensino médio atual uma ação complementar aos alunos das universidades do nosso estado para entrar um jovem e sair um grande pesquisador, empreendedor, empresário de sucesso no futuro.

 

De que forma a economia criativa se encaixaria?

A economia criativa assim como a economia digital – uma aposta mais frontal na economia digital- são complementares. Elas demandam as novidades da sociedade e derivam de uma estagnação do modelo econômico tradicional. Tivemos uma queda muito grande nos produtos de commodities. A   agricultura no país, que têm solidez, é que tem sustentado  um pouco dos nossos desafios econômicos, mas não dá conta de fazer  isso sozinha.  E com a queda do petróleo e da mineração dificulta muito você depender de produtos tão consolidados na nossa economia e que hoje estão em baixa pelo preço mundial. Então há uma necessidade muito grande de complexar nossa economia, não é diversificar apenas pois a diversidade da economia já atende, mas é você complexar os valores, as oportunidades que geram esses produtos especialmente as soluções e consequências que eles podem encaminhar. Portanto tanto  no caminho da economia digital quanto da economia criativa, a nossa aposta será central. O governador Fernando Pimentel acredita num estado inovador e de oportunidade.  É fazer  esses jovens encontrar todas essas oportunidades.

 

O senhor acredita que maiores parcerias com a iniciativa privada poderia ser uma solução?

A iniciativa privada será sempre bem vinda e não tem nada que distribua e desenvolva riqueza. E distribuição social se faz com emprego, com melhores condições de salários, com trabalhos mais qualificados e  vamos aproveitar a expertise  de cada da região, local  e das pessoas. Nós sempre buscaremos a parceria com a iniciativa privada para  construirmos as parcerias públicas com  o mercado privado,  atendendo os melhores modelos para as  políticas públicas do estado.

 

Com a crise hídrica, qual o papel que o Hidroex irá exercer?

O governador criou um comitê de estudos em relação a crise hídrica  para criar primeiro  uma política  de água  no estado que nunca existiu. Saber ao certo quais setores são responsáveis por quais ações dentro da água e assim como Igam, Copasa, Meio Ambiente e outros órgãos do governo do Estado que atuam, o Hidroex é uma dessas instituições. O papel que o Hidroex irá exercer é um papel tanto de qualificar, de conscientizar e educar como também um papel de pesquisa.  A Secretaria de Ciência Tecnologia e Ensino Superior tem um papel muito forte nas pesquisas. Pesquisa em qualidade, uso, em melhor aplicação e uso da água, recondicionamento no reuso é um pouco o que o Hidroex está e irá se debruçar dia após dia com uma compreensão que a água é um dos bens mais caros hoje no nosso estado, país, no nosso planeta.

 

Já tem alguma linha de pesquisa mais adiantada?

Diversas. Agradeço a parceria da construção dessas relações com a Fapemig (Fundação de Amparo a Pesquisa no Estado de Minas Gerais). Estamos investindo, nos próximos 10 anos, em pesquisadores com bolsa para pós-doutorado, doutorado, mestrado e para qualquer pesquisador que queria desenvolver uma linha de estudos, em torno de R$ 500 milhões ( em 10 anos). Investindo na  formação e educação das pessoas e aproveitando que essa  formação, essa experimentação científica tenha uma parte  significativa  que seja em torno da água que é para nós um recurso muito caro.

 

Nos bastidores, se comenta muito que o senhor vem preparando, e muito bem,  um caminho para ser um possível sucessor de Márcio Lacerda na Prefeitura Municipal. O que tem a dizer?

Sou de Belo Horizonte,  tenho minha trajetória toda ligada à cidade e tive o prazer muito grande de minha primeira eleição  ter sido  junto  com a primeira eleição do governador.  Pimentel   foi eleito em 2004 quando eu fui eleito  vereador de Belo Horizonte. Estou muito feliz na Secretaria de Ciência e encantado com o que ela pode fazer pelo Estado,  pelas pessoas e paro os nossos  jovens.  Por consequência disso apesar de ficar muito honrado com a lembrança e de entender que um dia  eu pretendo, sim, ser candidato na nossa cidade. Mas agora a minha tarefa e ser Secretário de Ciência e Tecnologia e sou uma pessoa muito de grupo, coletivo e meu líder é meu governador e  eu estou a disposição dele para o que precisar. E também muito convicto de que eu posso contribuir no momento é na Secretaria e no ano que vem no momento adequado,   conversar como o governador e ver o que ele pretende.

 

 

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