Logo
Blog do PCO

BH quer ser novamente o melhor Carnaval do Brasil

Belo Horizonte, quem diria, virou um dos principais roteiros do Carnaval no país. No ano passado, chegou a ser considerado por alguns veículos, como o melhor Carnaval do Brasil. Em plena crise econômica, os foliões tomaram as ruas, formaram blocos que arrastam multidões e aos poucos festa vai ganhando infraestrutura e se profissionalizando. A presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais, Érica Drumond (foto), disse que os hotéis da região centro sul chegaram a ter 80% de ocupação durante a folia e neste ano pode ser ainda melhor. A dificuldade está em levar para a região da Pampulha esses turistas que chegam à cidade. Uma das alternativas, segundo ela, é a de apresentar tarifas diferenciadas para esse turista que chega para aproveitar a folia e para gastar.

 

Os hotéis de Belo Horizonte têm muitas expectativas em relação ao Carnaval?

A nossa expectativa é a de crescimento de 10% em torno da ocupação e de 10 a 15% na diária média. Os hotéis da região centro sul já estão com 80% da ocupação. A região que ainda não responde bem ao Carnaval é a região da Pampulha, mas com tarifas mais acessíveis as pessoas vão buscar hotéis mais baratos. Nós estamos fazendo um movimento para subir a diária média, levando-se em conta que pelo terceiro ano consecutivo a demanda é crescente e nós esperamos que a região da Pampulha tenha também uma reação devido a região sul estar subindo a sua diária média.

 

A prefeitura de Belo Horizonte está trabalhando com um número maior de turistas neste ano. É com esse cálculo que o setor está trabalhando?

A reserva também está chegando com mais antecedência do que no ano passado. Quando nós temos a reserva antecipada, nós conseguimos prever uma diária média maior. Como essas reservas chegaram com antecedência, não foi de última hora, como há três anos, a decisão para a escolha do destino Belo Horizonte está sendo feito com mais planejamento. Até porque o turista, quando está indo para uma cidade que está movimentada, ele faz a sua reserva antes para que não ache uma diária mais alta. Quem fez a reserva antes conseguiu tarifas bem acessíveis e daqui para frente esperamos fazer uma diária média de R$ 350 e na Pampulha com no mínimo R$ 250.

 

Em algum momento o setor imaginou que Belo Horizonte iria se tornar uma cidade carnavalesca tão procurada pelos foliões?

Nós passávamos o Carnaval aqui em clubes. Na década de 80 os clubes faziam grandes carnavais para o belorizontino, não era para o desenvolvimento do destino turístico. Os bailes eram muito isolados e focados para a classe A, porque eram voltados para sócios e convidados, mas os convites eram muito caros. Este Carnaval que acontece em Belo Horizonte, após quase três décadas depois que acabou o Carnaval dos clubes, é um Carnaval muito melhor, porque ele traz o turista, não só do interior de Minas, mas do Brasil inteiro e do exterior, o que é muito bom. O turista chega antes do Carnaval e só vai embora depois do Carnaval. Nós começamos a ver eventos que estavam acontecendo no sábado de Carnaval transferidos para quinta-feira, após a Quarta-Feira de Cinza, estão vendendo ingresso e estão movimentando a economia mais para frente. O que vemos é que vai aumentar o período de eventos de lazer, conseguindo deixar um ticket maior por dia e, quanto mais longe o turista vem mais ele gasta. Ele deixa de ficar em casa de família para ficar em hotel, vem em um modal aéreo, consome ticket nos atrativos turísticos e faz três refeições fora de casa. São no mínimo três atividades ligadas ao turismo das quatro, que é dormir, comprar, visitar e alimentar. Esse é um turista de qualidade e Belo Horizonte está conseguindo isto em um momento bem oportuno, já que nos últimos dois anos vivemos a maior crise no Brasil e a hotelaria só chegava a 20% da ocupação durante o Carnaval. Nós atingimos no ano passado até 60%, porque tem uma baixa muito grande em outras regiões, que não é a centro sul. Ainda não conseguimos levar esses blocos para essas regiões, por isso a média da cidade não foi lotação total. A região centro-sul chegou a 80% de ocupação e esperamos ter uma média de 90% neste ano ou manter os 80%, mas com uma qualidade de tarifa melhor.

 

A prefeitura tem infraestrutura para manter e atrair mais turistas?

Fiquei os dois últimos anos em Belo Horizonte no Carnaval e no ano passado, como eu já era presidente da ABIH. fui no QG central da prefeitura e fiquei encantada. Eles pegaram a estratégia que foi usada na Copa do Mundo e deram sequência, com todas as áreas de controle do município, desde a saúde ao trânsito, a coleta de lixo, a segurança. Os coordenadores são colocados em uma mesma sala durante 24h, com mais de 100 monitores ao vivo conseguindo acompanhar até antes de um assalto acontecer. Quando ele acontece, a polícia está sendo chamada. O que é mais valioso em um destino de eventos festivos é a questão da segurança e Belo Horizonte fez bem. Como está aumentando o número de turistas, é preciso aumentar a segurança. Não podemos ter grandes deslizes, não podemos correr o risco de ter um arrastão ou alta violência. Nós estamos orientando os hotéis a ajudar na coleta do lixo e disponibilizar para os carnavalescos sacos de lixo para que eles possam usar dentro dos blocos, fazendo a coleta e esperamos que na passagem dos blocos os próprios foliões ajudem na coleta do lixo. Os próprios blocos poderiam oferecer os sacos de lixo para que o setor público não tenha tanto trabalho após a passagem dos blocos. A comunidade está recebendo bem. Quem não gosta de carnaval já aprendeu que tem que sair de Belo Horizonte. Os shoppings também ficam abertos, antes fechavam, esperamos que o Mercado Central também abra as portas para aumentar os serviços para que o folião queira voltar a Belo Horizonte em outras datas e criar outras festas ao longo do ano.

 

O Carnaval está mudando o perfil da cidade?

Belo Horizonte está ficando conhecida no Brasil como um destino de lazer. Os finais de semana durante todo o ano, têm melhorado, porque a cidade não é vista mais só como para turismo de negócios. Isso é muito bom, porque perdemos o Minascentro, e com isso Belo Horizonte perdeu muitos eventos durante o ano e nós precisamos criar eventos. Neste ano tem muitos hotéis organizando bailinhos para idosos, crianças, isso aumenta o consumo. Todas as áreas da economia podem se envolver com o Carnaval. Belo Horizonte é um destino para a classe média e classe alta, com um Carnaval para a família. Um Carnaval que recebe a todos e isso é muito difícil de manter. Por isso é preciso aguardar com muita cautela e preparar a nossa mão de obra e os nossos policiais para que eles tratem o cidadão e o turista com muita informação e educação, para manter essa imagem boa que Belo Horizonte está tendo no Brasil. Alguns veículos escolheram o Carnaval da cidade como o melhor do Brasil no ano passado. Eu queria que Belo Horizonte fosse mais bonita na sua chegada, com um grande portal na Linha Verde. São melhorias que precisamos fazer.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *