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Laticínios Porto Alegre quer exportar para a China

A demora do governo em avançar em matérias importantes, como a reforma da Previdência, tem decepcionado o setor produtivo, que esperava um segundo semestre melhor. Mas alguns setores têm funcionado bem, como no agronegócio, em especial no setor de laticínios, com a abertura de novos mercados pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O diretor-presidente da Laticínios Porto Alegre, João Lúcio Barreto Carneiro (foto), quer aproveitar esse espaço que está sendo aberto e já pediu para entrar na próxima lista de empresas aptas a exportar para a China. O país tem um portfólio importante e com produtos genuinamente brasileiros, como é o caso do requeijão, que segundo João Lúcio, conquistou muitos consumidores em uma feira no Chile.

 

A abertura de mais uma nova fábrica indica que o mercado está bom?

Se o mercado está bom nós não sabemos. Mas acreditamos e investimos. A Porto Alegre tem a característica de investir sempre e continua sendo o nosso portfólio de investimentos.

 

Havia uma expectativa muito grande em relação a esse governo. Ele está correspondendo a essa expectativa?

Acho que não. Esperava mais. Estava mais otimista em relação ao que a economia está hoje. Tínhamos uma expectativa de que no segundo semestre a economia deslanchasse, que a reforma da Previdência já teria sido aprovada e ainda não acabou de ser aprovada e já estamos em outubro. Essa situação preocupa um pouco os empresários. O setor e os empresários como um todo estão preocupados, mas continuamos acreditando que apesar disso tudo, o Brasil de amanhã será melhor do que o Brasil de hoje.

 

Nós vemos a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, se mexendo, buscando abrir novos espaços e tem conseguido avançar principalmente para o setor lácteo. A exportação está na estratégia da Porto Alegre?

O grande ponto importante é que o Brasil é um celeiro de grãos, que é a base para a produção do leite. Acredito que sempre seremos competitivos na produção de leite, apesar do leite no Brasil ainda ser muito caro e sermos mais importadores do que exportadores. Mas em um curto espaço de tempo seremos exportadores de lácteos. Essa é uma tendência natural. Abrir mercados como da China, da África do Sul e dos Emirados Árabes traz uma expectativa muito boa para o setor. É uma forma também de escoarmos o excedente, porque se continuarmos crescendo no ritmo em que a produção leiteira vem crescendo, vai sobrar produto e a forma que temos é a de exportar. A Porto Alegre está se preparando para isto. Nós já temos duas torres para secagem de leite em pó, que já estão aptas para a exportação e estamos com dois processos de exportação, um para a Argentina e outro para a África do Sul, em andamento.

 

E os queijos e outros produtos?

Esses são nichos menores para a exportação. Já não têm um valor tão forte como o leite em pó e o leite condensado, por causa do açúcar, e o soro. Mas são plantas que nós também iremos certificar para a exportação, porque sabemos que quando tivermos uma oportunidade para exportar elas já estarão prontas. Nós estivemos em uma feira no Chile, onde levamos requeijão e alguns produtos para apresentar, já começando a fazer esse caminho da exportação.

 

O produto brasileiro é diferente?

O requeijão é um produto brasileiro, não existe no resto do mundo e, por incrível que pareça, eles amaram o produto requeijão no Chile. O queijo prato e o frescal também são produtos brasileiros. O frescal é mais difícil de exportar por causa do tempo de vida útil dele. Mas são produtos que nós sabemos que o Brasil produz muito bons, como os produzidos em outras partes do mundo. A grande vantagem é que temos a tecnologia e plantas suficientes para fazer produtos iguais ao resto do mundo.

 

Tem outros mercados que a Porto Alegre está buscando?

Não estamos na lista de 24 empresas aptas para exportar para a China, mas já pedimos para incluir a Porto Alegre nessa lista de empresas aptas a exportar para a China. A ministra Tereza Cristina é muito dinâmica. ela tem feito um trabalho fabuloso para o agronegócio brasileiro, com muita propriedade e os produtores estão junto com ela. Ela tem agido de uma forma brilhante, de uma forma que poucos ministros fizeram.

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