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O caminho da longevidade

O trabalho pioneiro do médico Luís Carlos Silveira (Foto), que decidiu investir na qualidade de vida, na saúde preventiva, tornou-o um dos principais especialistas no assunto no Brasil. Esse caminho foi escolhido na década de 1970, quando ainda era estudante de medicina. Em 1982 abriu o Kur, Centro Contemporâneo de Saúde e Bem-Estar, hoje Kurotel, onde apresenta as pessoas que o procuram um atendimento único. A pandemia da coronavírus, uma doença levada muito a sério por ele e sua equipe, também mostrou que o seu caminho é certo e representa o futuro para os que querem viver muito e com qualidade.

Como as pessoas têm levado à vida atualmente? Essa correria do dia a dia, que estragos causa na vida das pessoas?

A pandemia mudou o estilo de vida, mudou o comportamento das pessoas. Nós passamos a ter pessoas não apenas com o aumento da incidência de problemas físicos, como a obesidade, estresse, esse último representado muitas vezes por ansiedade e fobia, depressão. Trouxe também erros de alimentação, mais casos de hipertensão, aumento de peso. Algumas pessoas ficaram na linha de sobrepeso, mas outras caminharam para obesidade. As pessoas angustiadas com o isolamento social tendem a mudar o seu comportamento, porque o homem é um ser gregário, ele necessita do contato interpessoal e isso, de certa forma, foi tolhido. As pessoas que têm uma família maior ainda puderam administrar isso de uma forma melhor. Mas as pessoas que já eram sozinhas, isso ficou bastante complicado, porque as pessoas perderam relacionamento e isso efetivamente trouxe problemas de saúde, apareceram problemas de outra natureza.

Esse isolamento mexeu com o emocional das pessoas?

Temos que considerar um aspecto que é muito importante, o medo. As pessoas com insegurança. Primeiro os casos ocorreriam, logo no início da pandemia, em março do ano passado isoladamente. Era um caso aqui outro ali. Agora, a doença foi se aproximando, chegando e as pessoas passaram a ter, no mínimo, um caso na família e sempre com o temor: será que é ele vai evoluir bem ou não. Houve realmente uma mudança de comportamento. Percebendo isso, o Kur, antes de qualquer recomendação, lá quando surgiu, nós tomamos conhecimento de como é que essa pandemia estava se desenvolvendo na Europa. Nós pensamos com uma equipe “olha vamos parar. Vamos nos organizar e vamos preparar protocolos para enfrentar isso”. Ninguém ainda estava preparado. Imaginava-se que até agosto iria começar a cair e “que isso vai passar” e não foi o que aconteceu. Mas, enfim, nós nos preparamos como equipe.

Como foi esse processo?

Primeiro fizemos um protocolo muito rigoroso com os nossos funcionários .Na entrada de serviço, além de responder um questionário diário para ver se havia algum caso suspeito na família, eles eram testados, não apenas daquele  termômetro digital, mas também de termografia, que fazia o registro de corpo inteiro, que é um equipamento que nós possuímos. Fora os aspectos de higienização, conscientização. Ficamos 45 dias treinando equipe sem ter clientes no kur. Agora com os clientes, o que que vamos fazer? Primeiro informar sobre as nossas rigorosas medidas de controle. Segundo, informando que a admissão dele estaria condicionada a exames feitos aqui no Kurotel. Antes de fazer o check-in na recepção, criamos uma sala de pré check-in, onde a enfermeira com todo o sistema de proteção vai lá e fazia os testes. Se desse negativo, obviamente, ele podia fazer o check-in, em caso positivo nós o ajudaríamos a fazer é o retorno ao seu domicílio.

Foram detectados casos da doença?

Tivemos poucos casos, e quando aconteceu, o cliente estava consciente, agradeceu muito por nossa atitude e nós o conduzimos de volta ao aeroporto, onde seguiu em avião particular, onde os pilotos já tinham testes negativos. Imagina quando isso aconteceu com o cliente vindo lá do Norte. Nós tínhamos muito bem avaliado, testado, simulado, todas as possíveis situações que poderiam ocorrer. Os encontros com nossos funcionários, se algum funcionário tivesse testado positivo, nós circunscrevíamos toda a família dele, do funcionário. Com isso, nós trouxemos até uma equipe que, já é muito unida, ficou mais ainda com essa solidariedade com os colegas e conseguimos controlar absolutamente toda a situação. Não tivemos nenhum caso de transmissão, já que isso nos deixaria profundamente aborrecidos, se o cliente chegasse bem, fizesse o seu check-in e estivesse um ótimo e viesse a ser contaminado por um funcionário meu. Isso seria terrível.  Isso era ponto de honra, como continua sendo. Essa é só uma ideia da dimensão dos cuidados que nós somos aqui no Kur.

Qual a fórmula para se ter uma vida longa e saudável?

Nós sermos muito mais assertivos e a longevidade é uma realidade. Em 1920 a expectativa de vida do brasileiro era de 40 anos de idade. Já estamos atingindo a casa de 74 a 76 anos. Nós não tínhamos a robótica a serviço da medicina, não tínhamos a genética, a nanoterapia, que faz com que o medicamento chegue ao interior da célula. Não tínhamos esses recursos. A minha filha esteve no Vale do Silício com as maiores autoridades em longevidade. A longevidade estará chegando às pessoas, com qualidade de vida, não será apenas cronológica, será com qualidade de vida, porque a velhice tem que ser digna. Com o envelhecimento bem sucedido, poderemos chegar aos 120 anos e isso não é uma utopia e já chegou a uma geração que está vivendo isso aí. Com a impressão 4D de órgãos, nós vamos poder trocar os órgãos lesionados. Não haverá rejeição mais, porque os órgãos serão feitos por células que não são estranhas. Cada vez mais nós seremos longevos e com qualidade, lúcidos coerentes e orientados.

Para ter uma vida longa e saudável o que a pessoa tem que fazer?

São três pilares, além dessa tecnologia. Os exames genéticos ainda são muito caros, mas tendem a ficar mais baratos. Um pilar imutável, primeiro é a saúde e depois, atividade física regular, uma alimentação equilibrada, não é uma dieta de moda, uma alimentação racional e um terceiro pilar, que é o gerenciamento das emoções.

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