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Sem a reforma será o caos

A demora na aprovação da reforma da Previdência está custando caro ao país, mas o prefeito de Montes Claros, Humberto Souto (PPS), é um otimista e acredita que, mesmo com todo esse jogo de cena no Congresso Nacional, a proposta apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro será aprovada. Humberto Souto (foto) não concorda com as críticas de que o presidente não está sabendo conduzir a proposta. Ele entende que os deputados conhecem a realidade do país e têm responsabilidade. Aproveita para criticar a imprensa por cobrar uma articulação política, que nada mais é, na sua opinião, do que estimular a volta do toma lá, dá cá.

Os primeiros meses de governo Bolsonaro estão preocupando, principalmente devido a possibilidade da volta da recessão O país está em um caminho perigoso?

A situação está muito difícil. Se não aprovarem a reforma da Previdência nós vamos para o buraco. Não há outra saída que não seja a aprovação da reforma.

 

Alguns sindicatos estão fazendo campanha contra a reforma para evitar que o governo mexa nas suas aposentadorias. Esses servidores têm força para impedir a aprovação da reforma?

Eles pressionam, mas não têm o controle do Congresso. O problema todo é o Congresso. A reforma ainda não foi votada porque está faltando consciência política. Acho que a reforma será aprovada. Nós temos que dar um crédito ao Congresso. Eles têm uma grande responsabilidade política. A imprensa também tem responsabilidade, conhece a realidade, sabe do buraco em que o país está, e pode afundar ainda mais, e está brincando de fazer jornalismo. É preciso tomar uma posição. Sabem que o assunto é grave e se não houver ajuste fiscal, não se equilibra as contas do país. Sem a reforma da Previdência não se faz mais nada. São R$ 300 bilhões do orçamento ao ano para pagar aposentadoria, como é que você vai organizar o país?

 

A situação está insustentável?

Não. Acho que há sempre uma esperança. Mas essa reforma podia ter sido feita há 30, 40 anos e vem capengando até chegar agora, ao fundo do poço. O quadro é grave. Haverá corte na educação, corte na saúde, corte nas estradas, na infraestrutura e o país vai em direção ao abismo. Um país com 200 milhões de habitantes, com dois milhões de jovens completando 18 ano por ano, que precisam ingressar no mercado de trabalho. É preciso incentivar a construção e a criação de empregos e isso só acontece com o desenvolvimento. O empresário só vai investir no Brasil quando houver sinalização do governo e do Congresso de que há responsabilidade para com a coisa pública. Até lá, não vai investir e se não investir, não haverá emprego. Não havendo emprego, é o caos.

 

O presidente Jair Bolsonaro está sendo muito criticado pela sua atuação política, alguns exigem que ele cobre mais dos deputados. Essa política que ele está adotando é perigosa?

Eu acho que o presidente da República não pode pressionar deputado. Acho que ele está sendo criticado por não ter habilidade para conquistar os deputados. Mas os deputados não são crianças, eles têm conhecimento da realidade e isso não depende do Bolsonaro. A responsabilidade é do Congresso. Falam que ele não tem articulação política. Qual articulação política? A do toma lá, dá cá? Está faltando é isso? No Brasil, quando se fala em articulação política é só toma lá, dá cá. Então, quando a imprensa, jornalistas famosos, vêm com essa conversa estão estimulando o que? Que o presidente da República faça a mesma coisa que o Temer. Quando o presidente faz isso, eles esquecem que foram eles que o induziram a fazer e começam a dizer que o presidente é corrupto.

 

A partir da reforma da Previdência, o senhor acredita que muda alguma coisa na economia brasileira?

O Brasil tem dois momentos: antes da reforma da Previdência e depois da Reforma da Previdência. Muda todo o cenário. Os empresários nacionais e internacionais vão criar ânimo, vão voltar a investir, vão abrir negócios, vão criar vagas, criar empregos e o Brasil vai voltar a funcionar. Se não provar, o que vai acontecer é que os recursos da educação, da saúde, da infraestrutura, serão para pagar aposentado. O Brasil não terá outra coisa a não ser isso: pagar aposentado. Acabou. E aí vem inflação, deterioração da economia, desajuste fiscal, desconfiança do empresário, desconfiança do investidor, vai ser o abismo e o caos.

 

Dois assuntos polêmicos foram discutidos durante o Congresso Mineiro de Municípios. Um foi o estabelecimento de um novo pacto federativo, e outro foi o mandato de cinco anos para prefeitos. Qual a posição do senhor em relação a essas questões?

Não adianta discutir pacto federativo em um país quebrado. É preciso primeiro recuperar o país. Você vai dividir miséria? Vai dividir o que não tem? Não adianta. Já sobre o mandato de cinco anos, não tenho posição sobre isso.

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