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Conexão: Doença mãe

O cardiologista e presidente da “Clínica Marcos Andrade”, Marcos Andrade (foto), aproveitou a live do Conexão Empresarial para fazer uma série de indagações de como tudo isso aconteceu, onde foi que erramos e como podemos fazer modificações para tornar o nosso bem estar mais saudável. Para ele, as grandes lições do passado nos ajudam muito. Na década de 1970 tivemos dois grandes marcos na medicina moderna. Em 1969, um cirurgião da África do Sul realizou um transplante de rins e depois um transplante de coração e mudou a forma das pessoas se verem no mundo. No mesmo ano, um cirurgião argentino sistematizou e realizou as pontes de safena. Isso levou a uma sensação de segurança em relação ao tratamento das doenças. Em paralelo, veio o programa espacial, em 1969 com a Apolo 11, o homem pisou na lua. A equipe do Apolo 11 foi levada para a área de saúde e aí vieram os grandes aparelhos. Em termos de saúde o mundo estava muito bem. Até final dos anos 1990 estávamos acostumados às infecções. Logo após vieram a resistência aos antibióticos e depois vieram, importadas da África e Ásia, as doenças virais. Aids, HINI, ebola e muitas doenças que nos surpreenderam, porque não tínhamos medicamentos específicos. E aí chegamos à Covid. Porque com tanta tecnologia fomos surpreendidos? “Por que tivemos um grave erro de estratégia, investimos muito pouco na medicina preventiva. Nós somos ensinados na faculdade a não cometer um erro primário, para termos certeza de que estamos tratando da causa da doença. Será que essa pandemia é uma doença ou um sintoma de uma doença muito maior? Se for, estamos cometendo um gravíssimo erro. Estou convicto de que temos que tratar a epidemia, mas tem uma doença mãe, que é a doença econômica e social, que o mundo não quer enxergar. Se não tratarmos da fome do mundo, se não permitirmos que as pessoas criem anticorpos, teremos problemas. Enquanto acharmos normal ter esgoto nas ruas, não ter habitação condizente, nós vamos ter cada vez mais, e em espaços mais curtos, mais infecções virais”. Marcos Andrade questiona se o mundo toleraria uma nova pandemia daqui a cinco anos. Para ele, é muito importante que encontremos uma solução para o momento atual.

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