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Governo Temer precisa contar a verdade sobre a herança recebida

O governo começa nesta semana a mostrar ao Brasil o Brasil real. Ao apresentar ao Congresso a nova previsão do déficit das contas públicas, que precisam ser aprovadas até o final do mês, o presidente interino Michel Temer abre a caixa preta da administração federal. Ato político de retaliação? Não, a apresentação periódica das contas com suas projeções está na lei. Temer estará apenas cumprindo uma determinação legal embora possa, ao revelar a herança que recebeu, estar acirrando os ânimos de lado a lado. Temer (foto), se quiser ter sucesso na presidência, terá que transformar uma mera formalidade legal, numa abertura de diálogo com a sociedade. Um diálogo franco, mostrando as nossas dificuldades, suas origens e consequências futuras, de forma didática. Os números precisam ser reais, para que a sociedade compreenda a urgência de algumas medidas que estão sendo anunciadas como estratégicas para que se retome o crescimento da economia. De nada adiantará apresentar dados, números que possam ser contestados. Eles não podem ser instrumentos de demagogia política de qualquer um dos lados. O que dá medo, que causa indignação, é a incerteza. Ninguém avança rumo ao incerto. Se conseguir abrir e manter um diálogo leal com toda a sociedade e não apenas com os movimentos tidos sociais e com os sindicalistas, o presidente interino pavimenta o caminho das reformas. O governo, como alerta o ministro José Serra, “não tem a opção de fracassar”, como, aliás, não tinha também o ex presidente Itamar Franco, que chegou ao Planalto nas mesmas circunstâncias que levaram Temer ao poder. Itamar teve Fernando Henrique como seu timoneiro. Temer tem Meirelles com o timão às mãos. Temer tem, a seu favor, a capacidade de articulação, a flexibilidade política que faltava a Itamar. Tem assim melhores condições políticas de superar as crises políticas. Em compensação, tem contra si a oposição raivosa dos petistas. Feridos de morte, despidos do discurso de santos que os levou à presidência por quatro vezes, eles não podem deixar que o governo interino dê certo. Seria decretar a falência da legenda que hoje perdeu seu atrativo. Ficou igual as outras. Por seus próprios erros.

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