As pressões para que o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, seja substituído, inclusive do ex-presidente Lula, acabam por fortalecê-lo ainda mais no governo Dilma. Mercadante funciona como uma espécie de escudo e manda os recados duros que a presidente gostaria de ela mesma passar. Talvez esse seja um dos motivos da presidente Dilma para mantê-lo tão perto dela. Em entrevista ao jornal O Globo de ontem (20), Mercadante (foto) diz que é alvo daqueles que querem fragilizar o governo e acrescentou que o papel dele ‘é de defender a presidente. “Me sinto honrado de poder exercê-lo. Primeiro, cabe à Casa Civil garantir a legalidade dos atos do governo e a convergência das prioridades do governo. Depois, tem a função que é arbitrar quando há um conflito entre dois ministros. Se não der, vai para a presidente. Meu papel é preservá-la, inclusive na gestão”. Mercadante tentou minimizar os boatos de que o ex-presidente Lula quer a sua saída do cargo e também falou que mantém um bom relacionamento com o vice-presidente Michel Temer, mas que o momento agora é mais complicado e que a própria presidente Dilma tem assumido algumas negociações. Para Mercadante “ nós vivemos um terceiro turno que não deveria existir, de um setor da oposição que não aceita a derrota e que tem buscado todas as formas de questionar a vontade legítima de uma eleição livre, aberta, que foi acompanhada e auditada. Isso não é bom para a democracia. Nós perdemos muitas eleições e não questionamentos o resultado”.
O sobrevivente Mercadante
