No Festival do Rio, Selton Mello, que interpreta um investigador de polícia corrupto, disse que o longa traz um olhar estrangeiro sobre a realidade brasileira, mas com sensibilidade. “Acho que é um olhar estrangeiro de um artista sensível, alto nível, dos melhores diretores que existem. Você pega o roteiro, dá na mão de um camarada que dirige filme só de ação, superficial, aí seria um filme banal”. Wagner Moura (foto), que interpreta um papel pequeno mas crucial no filme, concorda. “Nós temos essa tradição de fazer filmes sobre a situação social brasileira. Desde o cinema novo a gente faz isso. Então, às vezes somos um pouco refratários a que uma visão de fora olhe para essas mazelas”, diz. “E eu acho isso uma bobagem. Claro, ele é inglês, mas que bom que a gente tem um olhar profundo sobre o que acontece no Brasil. Eu não acho que seja um olhar que tangencie a superficialidade em nenhum momento. É diferente do nosso estilo de filmar, daquele hiper-realismo brasileiro”.