Roberto Indech, responsável pela área de estratégia da corretora Octo Investimentos, afirma que apesar da falta de previsibilidade, ele enxerga o Ibovespa perto de 45 mil pontos. Para ele, além das estatais, o setor financeiro como um todo deve sofrer, assim como BM&FBovespa. “Não vai haver o choque de confiança que poderia trazer um fluxo para a Bolsa como um todo”, diz. Por outro lado, Indech vê possibilidade de valorização para os papéis do setor educacional, como Kroton, Estácio e Anima Educação, já que o governo atual tem um histórico de implementação de programas ligados ao segmento. Analistas mais pessimistas veem a possibilidade de o Ibovespa voltar nesta semana para a mínima do ano, de 44.966 pontos registrada em 14 de março. Na hipótese de o Ibovespa atingir o limite de baixa de 10% em relação ao fechamento do pregão de sexta será acionado o “circuit breaker”. O mecanismo interrompe as negociações por 30 minutos na ocorrência de movimentos bruscos, permitindo o rebalanceamento das operações. Já o dólar deve subir em um primeiro momento, mas a leitura é que o espaço para uma alta, com o câmbio a R$ 2,4574, seja limitado. A avaliação é, porém, que a moeda pode rondar os R$ 2,60 a R$ 2,70 ao longo da semana. O economista-chefe do Barclays para América Latina, Bruno Rovai, é um dos que acreditam que o dólar pode bater os R$ 2,60 nos próximos dias, nível em que a moeda não é negociada desde 18 de abril de 2005 . No caso de uma forte valorização da moeda americana, o Banco Central poderá fazer intervenções adicionais no mercado de câmbio. A autoridade tem feito leilões diários, desde 22 de agosto de 2013, além da rolagem de contratos de swap cambial que estão vencendo. “O câmbio deve se estabilizar em um patamar mais alto e dificilmente voltar para abaixo de R$ 2,40 no curto prazo”, afirma Velho, da INVX Global Partners. A matéria é do jornal Valor Econômico.