Além do faturamento, a pesquisa divulgada ontem mostrou elevação na massa salarial e no rendimento real, um dado que, do ponto de vista da CNI, não é tão bom. “Como não temos aumento da produtividade para acompanhar, isso acaba se materializando em aumento de custos”, disse Flávio Castelo Branco. O emprego, apesar de ter caído 0,1%, desacelerou a retração vista em outros meses. Para Castelo Branco, a previsão de um novo ciclo de elevação da taxa básica de juros, a Selic, e de maior controle fiscal, devem influir positivamente na indústria a partir do próximo ano. “O Copom ] tem outra reunião e o ciclo de alta de juros deve continuar. Tem também o pré-anúncio de maior rigor na política fiscal. São políticas macroeconômicas de controle, visando ajuste da inflação, mas que repercutem na demanda global e, portanto, na atividade da indústria”, destacou o gerente de Política Econômica da CNI. Castelo Branco disse ainda que, embora exista “preocupação” quanto à possibilidade de um maior aperto fiscal influenciar nas desonerações até agora concedidas à indústria, a ideia é que isso seja contrabalançado por mudanças de caráter estrutural na carga tributária. “Algumas desonerações tinham caráter temporário. Outras foram tornadas permanentes, como a desoneração da folha de pagamento. Quando levantamos os principais problemas que afetam as empresas industriais, a carga tributária sempre é o maior: impacta a competitividade dos nossos produtos. Estamos discutindo para ver se aliviamos o ônus, a carga não explícita. Aquela que faz a empresa gastar com o departamento de contabilidade, o escritório”, declarou.