Hage é formado em direito pela Universidade Federal da Bahia. O ministro foi prefeito de Salvador, deputado estadual e federal e, em 1991, ingressou na magistratura por meio de concurso público. Ele chegou à CGU em 2003, como secretário-executivo do órgão, e, em 2006, foi nomeado ministro-chefe pelo ex-presidente Lula. O pedido de demissão se dá às vésperas da CGU passar a integrar um grupo de trabalho, que deve ser formado ainda nesta semana, para discutir acordos de leniência com as empresas investigadas na Lava Jato. Nos moldes da delação premiada, as empreiteiras, que colaborarem com a Justiça, podem ser beneficiadas com penas mais brandas, como o pagamento de multas. Vão integrar o grupo o Ministério Público, a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Em entrevista à revista Veja, Hage afirmou que, sem um acordo de leniência com cada uma das empreiteiras, o caminho inevitável será proibi-las de firmar contratos futuros com a administração pública. E salientou: isso não seria o fim do mundo. “Seguramente dizer que é o fim do mundo interessa muito a essas empresas”, avaliou.