O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (foto), do PMBD, vai sugerir à presidente Dilma a recriação do Ministério da Desburocratização, ou algum órgão com a mesma função, para destravar a administração pública no país. Segundo ele, nenhum governante consegue administrar com tantas regras, especialmente nas licitações que, além de atrasarem o que precisa ser feito, ainda representam um risco ao gestor público diante dos órgãos de fiscalização. ”O processo de licitação no Brasil é desumano “ Pezão disse ainda que pretende agilizar alguns projetos de seu governo através de Parcerias Público Privadas, melhor fórmula para atração do capital privado para o investimento necessário na infraestrutura. Ele cita como exemplo a cidade do Rio de Janeiro que buscou parcerias com a iniciativa privada para realizar as obras necessárias para as Olimpíadas. “O prefeito Eduardo Paes usou a criatividade para realizar as obras. Praticamente 70% delas foram viabilizadas através de parcerias. Quem ficar esperando dinheiro do Governo Federal, dos Governos Estaduais ou mesmo dos municípios não conseguirá realizar nada”.
Rio era o próprio “mundo cão”
O governador Pezão admite que seu estado poderá enfrentar dificuldades em razão dos escândalos da Petrobras e com a queda do preço do petróleo. Segundo ele, em função da crise que enfrenta, a empresa está desacelerando alguns dos investimentos programados, com reflexos na economia de seu estado de onde sai grande parte do petróleo produzido no país. A queda na cotação do produto vai afetar a arrecadação do Estado que estima perdas de arrecadação próxima de R$ 3 bilhões. Mesmo diante das dificuldades, Luiz Fernando Pezão procurou passar otimismo em sua palestra a lideranças empresariais e políticas no primeiro Conexão Empresaria de 2015l, evento promovido pela VB Comunicação. Ele garantiu que o seu estado está hoje totalmente preparado para receber investimentos e, por isso, tem apresentado um dos maiores índices de crescimento econômico do país. “Quando vim para o governo do estado, como vice-governador de Sérgio Cabral, encontrei um verdadeiro mundo cão. Muitas empresas deixando o estado e a cidade do Rio de Janeiro por causa do tráfico de drogas. Realizamos pesados investimentos na segurança e implantamos um novo modelo de segurança, com ótimos resultados. E não é fácil combater o tráfico. Havia ponto de drogas em comunidades do Rio que faturavam R$ 2 milhões por semana, R$ 8 milhões por mês, R$ 96 milhões por ano. Faturamento livre, sem impostos e sem funcionário com carteira assinada”.
Todos os governantes terão queda de popularidade
A partir dos resultados obtidos com a melhoria da segurança, segundo o governador, os investimentos voltaram. Nos últimos anos o Rio de Janeiro atraiu 360 mil novas empresas, muitas de grande porte e de alta tecnologia. Ele ressaltou também a retomada do mercado imobiliário na cidade do Rio de Janeiro que, por vários anos ficou estagnado por causa da segurança. Ele não escondeu a preocupação com a crise hídrica no estado, ressaltando, porém, que para 2015 o problema está sob controle. O trabalho agora é assegurar que a crise não ressurja em 2016/2017. Para isto serão realizados investimentos através de Parcerias Público Privadas na área de saneamento em todo o estado. Quanto a economia brasileira ele procurou ser otimista, prevendo que a partir do segundo semestre o país retome o crescimento. Pezão chegou a Belo Horizonte na noite de segunda-feira e participou de jantar oferecido pelo diretor-geral da VB Comunicação, Paulo Cesar de Oliveira, juntamente com o senador Antonio Augusto Anastasia (PSDB), o ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP) e o atual governador mineiro, Fernando Pimentel do PT. Na pauta, assuntos como Petrobras, crise hídrica, pacto federativo, reforma tributária, fortalecimento dos municípios. Sobre a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT), demonstrado em pesquisa recente junto à população, Pezão acha o fato normal. “Acho que hoje todos os gestores do país vão ter queda de popularidade. Todos os governos têm tomado medidas duras, e isso impacta a população. Aumento de impostos, problemas da água, isso tudo traz clima de mau humor. Acredito que, se a pesquisa for feita no Rio de Janeiro, a minha avaliação também deve cair.