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Joaquim Levy admite recessão este ano

Paulo César de Oliveira
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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy (foto), reuniu-se ontem, em Nova York, com 185 representantes do setor produtivo para explicar os ajustes que o governo vem implementando na economia brasileira, com corte de gastos e aumento de tributos. Ele admitiu minimizou as más condições das contas brasileiras e garantiu que o país não precisa de “cortes draconianos” para realizar o ajuste necessário à retomada de um novo clico de desenvolvimento. Levy admitiu que o Brasil poderá apresentar “crescimento negativo” neste ano. Para superar este quadro e voltar e crescer, com inflação sob controle, o ministro defendeu as medidas que estão sendo adotadas e que, segundo ele, buscam o reequilíbrio fiscal e a solidez das contas públicas e também a conquista da confiança dos investidores. Ele apontou o aumento dos gastos discricionários do governo nos últimos anos como causa do desequilíbrio fiscal. Ele vê espaços para cortes e acredita que “se conseguirmos voltar com os níveis de gasto de 2013, será possível atingir o patamar de 1,2% de superávit primário”. Na apresentação o Ministério da Fazenda disse que a inflação deverá recuar da estimativa acima de 7% prevista para este ano para algo próximo de 5% em 2018, meio ponto percentual acima do centro da meta estimada atualmente.

 

Um ministro vendendo otimismo

Aos investidores americanos, Joaquim Levy afirmou ainda que Petrobras vai superar os problemas que enfrenta com a divulgação de seu balanço do terceiro trimestre de 2014.Disse também acreditar que a estatal não terá dificuldades com o demonstrativo do ano fechado. Levy previu que a petroleira vai “virar a página”, referindo-se às investigações de desvios e irregularidades da operação Lava Jato. “As curvas de exploração e refino da Petrobras mostram crescimento ao longo dos anos. Os gastos da Petrobras sempre foram transparentes”, defendeu. No fim de janeiro, a estatal divulgou com atraso o balanço do terceiro trimestre, após adiá-lo por duas vezes, sem incluir as perdas financeiras com corrupção. Isso levou as ações da companhia a perderem cerca de 10% de seu valor na Bolsa brasileira. Na semana passada, a empresa anunciou que irá apresentar seu balanço auditado de 2014 no final de maio, e advertiu que deve reduzir investimentos no futuro.

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