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Um golpe no silêncio

Paulo César de Oliveira
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Renato Duque, um dos ex-diretores da Petrobras acusados de comandarem o “petrolão” até que pensou em manter o silêncio, alegando o direito de não fazer prova contra si, no depoimento à CPI da Petrobras, na Câmara dos Deputados. Duque sabe muito bem o valor das informações que detém. Há quem diga que se decidir abrir a boca, explode o PT. Seu advogado, Alexandre Lopes, com toda elegância verbal,chegou a dizer que seu cliente não assinaria acordo de delação premiada para não dar “base legal a caguetagem”. Duque quase conseguiu manter o silêncio anunciado mas acabou falando para responder que sua mulher não conhece o ex-presidente Lula e que nunca esteve no Instituto Lula; para assegurar que não tem parentesco com José Dirceu e para desmentir que seu filho tenha trabalhado, na Europa, em empresa ligada a empreiteira citada no “petrolão”. A preocupação de Duque em preservar a família, especialmente a mulher, despertou um mau sentimento em alguns deputados. Alguns falam em usar a preocupação de Duque para convencê-lo a contar o que sabe. Convocar a mulher dele para depor na CPI é a maldade que querem utilizar para forçar Renato Duque (foto) a falar. 

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