É instinto. Acuado, o animal, mesmo os domesticados, partem para cima de quem julgam colocá-los em risco. É da natureza animal. Foi assim o PT nos seus primeiros anos de vida. Enquanto se sentiu seguro e confortável no poder, depois de superar o mensalão, portou-se como domesticado. Começando a ser acuado durante as eleições do ano passado, foi retomando seu instinto e partindo para cima de quem vê como inimigo. Acuado, sem encontrar explicações ou justificativa para os fatos, o PT optou pela velha prática de acusar os adversários por aquilo que fez. Até aqui a coisa não anda funcionando bem. A sociedade olha desconfiada para as explicações dos petistas, da presidente Dilma inclusive, com a sensação de estar escutando uma lenga-lenga inconsistente. Para agravar, alguns de seus membros andam agindo como “macacos em casa de louça”, aumentando a desconfiança de acertos espúrios para tentar conter as ações policiais e do Poder Judiciário. Na ânsia de se safar, o PT, e o governo, só complicam a situação. O momento não é de agir. É de refletir. De buscar uma saída. Quem sabe, uma espécie de “acordo de leniência” com a população, assumindo pelo menos parte de seus erros, ajudando efetivamente nas apurações e entregando cabeças. Mesmo que de companheiros. Pode não ser o ideal, mas, muitas vezes, na busca do ótimo, desprezamos o bom. É bom então que o governo e o PT se agarrem ao bom. O ótimo está muito distante. É ilusão acreditar que bravatas e acusações a adversários conseguirão convencer a sociedade de mobilizar militância. Não acreditem em povo na rua para defender o governo. Não é da nossa tradição, colocar gente na rua para sustentar ou derrubar governos, ou mesmo fazer reformas. Lembrem-se das “Diretas Já” e das passeatas de 2013. Ambas derrotadas. Ah! A não ser que alguém acredite mesmo que foram os “cara pintadas” que derrubaram Collor que, por sinal, é hoje aliado de Dilma e Lula.