A noite de sexta para sábado, ao sair da festa dos 40 anos do meu filho Paulinho, fui premiado por uma blitz na rua São Paulo. Ao ser abordado pelos policiais fui logo dizendo que minha carteira de habilitação estava vencida, então, me pediram para fazer o teste do bafômetro. O resultado os deixou frustrados, pois acusou o índice zero, ou seja, não havia bebida. Aí iniciou minha odisseia. Mais de uma hora e meia aguardando um policial fazer o BO – registro do fato para ser levado até a delegacia no DETRAN. O meu carro foi liberado e eu continuei ali aguardando o BO. Quando finalmente ficou pronto, me conduziram até a viatura em que seria levado e, educadamente, perguntei se poderia ir ao lado do motorista quando ouvi: não senhor, pelo seu comportamento, vá aqui no banco de trás. Ora, na realidade teria que ir lá atrás, não por causa de meu comportamento. E lá cheguei no DETRAN, onde estavam pessoas aguardando serem atendidas. Fiquei do lado de fora, próximo de onde estavam alguns policiais da PM. Essa espera já tinha passado mais de uma hora quando fui chamado. Achei que era para conversar com delegado e ir embora. Nada disso! Me colocaram numa saleta sozinho, com ares de uma confortabilíssima cela e ao lado de outra sala com várias pessoas algemadas. Pensei que logo me chamariam e, mais uma vez, nada disso! Fiquei umas duas horas aguardando. Neste tempo fiquei imaginando o que passaram amigos como Kátia Rabelo – uma tremenda injustiça do julgamento do mensalão – como também Cristiano Paz, também do mensalão, e agora Sérgio Mendes, do petrolão. Eram quase três e meia quando fui chamado para resolver. Na realidade não estou querendo interferir na autoridade, mas gostaria de saber se todos têm um mesmo tratamento. Alguns advogados com os quais conversei ficaram estarrecidos com o fato da carteira vencida causar tantos aborrecimentos.