A redução da cota de financiamento para imóveis usados, feita Caixa Econômica Federal e anunciada nessa segunda-feira (27), não vai reduzir o preço do imóvel, mas sim esfriar ainda mais o mercado. A avaliação é do presidente da Comissão de Direito Imobiliário da OAB-MG, Conselheiro da Câmara do Mercado Imobiliário e do Secovi-MG e diretor da Caixa Imobiliária, Kênio Pereira de Souza (foto). Para ele a medida é mais uma adotada, pelo governo, para amenizar a escassez de recursos que enfrenta por conta da redução dos depósitos na poupança, principal fonte para o crédito imobiliário. “A insegurança da economia atrapalha todo o mercado. São vários os fatores que compõe este cenário”, destaca Pereira. Para operações com recursos da poupança (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), o limite vai passar de 80% para 50% no SFH (Sistema Financeiro de Habitação) e de 70% para 40% para imóveis no SFI (Sistema Financeiro Imobiliário), pelo SAC (Sistema de Amortização Constante). As alterações começam a valer a partir do dia 4 de maio. As operações de habitação popular, porém, não tiveram alteração, segundo a Caixa. Em relatório ao mercado, Guilherme Vilazante e Daniel Gasparete, do Bank of America Merril Lynch (BofA), informaram que “a redução do financiamento para imóveis usados será um grande choque de demanda, já que poucas famílias têm condições de dar entrada de 50% do valor do imóvel. Acrescentam ainda que há riscos de medidas mais restritivas para imóveis novos e, consequentemente, aumento dos distratos.