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Crescimento econômico vai depender do mercado externo

Paulo César de Oliveira
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O gerente de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco (foto), disse ontem que a situação atual do câmbio, com o dólar valorizado, poder ser uma saída para a desaceleração da indústria. Segundo ele, há defasagem nos eventuais impactos favoráveis da alta do dólar para as empresas, em função da vigência de contratos anteriores ou de uma demora natural para a retomada das exportações. Para o gerente, o fortalecimento do dólar favorece também os países asiáticos e a União Europeia, com moedas igualmente desvalorizadas e produtos baratos competindo com os brasileiros no exterior. Mesmo assim, considera que o cenário “precisa ser explorado”. Para Carneiro, que comentou os resultados da pesquisa de Indicadores Econômicos da Indústria, divulgada na terça-feira, indicando queda de todos os indicadores, o ajuste econômico proposto pelo governo é uma incógnita para o setor industrial. “As medidas de ajuste, a alta dos juros reduzem a demanda das famílias. A tendência de retração do emprego se intensifica e isso impacta na renda do trabalhador industrial. O cenário adverso na indústria é reflexo das dificuldades do passado, como a competitividade, e, sem dúvida, das medidas de ajuste”, declarou, acrescentando que é impossível prever quando haverá recuperação. “A expectativa é que essas medidas de ajuste fiscal e monetário, que funcionam como redutores de demanda, comecem a alterar a confiança do investidor e comece a recuperação da economia. Mas quando, exatamente, não se sabe, até porque algumas medidas ainda estão em discussão no Congresso”, comentou, referindo-se às medidas provisórias que alteram direitos trabalhistas. Com a demanda interna retraída e o dólar valorizado, as exportações são um caminho.

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