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Ministério Público denuncia os políticos menores

Paulo César de Oliveira
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Ministério Público Federal (MPF) denunciou ontem (14), treze pessoas investigadas por envolvimento em atos de corrupção na Operação Lava Jato. Entre os denunciados estão os ex-deputados André Vargas, Pedro Corrêa, Aline Corrêa e Luiz Argôlo. É a primeira vez que o MPF denuncia parlamentares envolvidos no esquema de corrupção. Agora, cabe à Justiça Federal aceitar ou não as denúncias. Os crimes são de lavagem de dinheiro, peculato, organização criminosa e corrupção. “Hoje é um dia emblemático, porque fechamos um ciclo e entramos pela primeira vez no núcleo político do esquema, com as denúncias dos ex-deputados”, disse o procurador da República, Deltan Dellagnol (foto). O procurador explicou que Vargas recebia e repassava dinheiro de contratos de publicidade firmados com a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde a empresas que não prestavam os serviços. O total do dinheiro repassado por Vargas seria R$ 1,1 milhão.

 

Funcionários fantasmas em ações bem reais

No caso de Pedro Corrêa, ele e seu assessor, Ivan Vernon, utilizavam funcionários fantasmas para movimentar o dinheiro fruto de corrupção. Depois que deixou de ser deputado, os repasses eram feitos com auxílio de funcionários de Aline Corrêa, sua filha, que exercia mandato no Congresso. De acordo com o MPF, apenas no esquema de Pedro Corrêa foram desviados R$ 729 mil. Luiz Argôlo, por sua vez, é visto como um parlamentar com a relação mais próxima do doleiro Alberto Youssef. Argôlo visitava frequentemente o doleiro para receber dinheiro. Ele utilizava, inclusive, sua cota parlamentar de viagens para encontrar Youssef. Foi movimentado ilegalmente por Argôlo e seus associados uma quantia de R$ 1,6 milhão. O MPF, no entanto, explica que continua investigando as operações do ex-parlamentar.

 

MPF garante que tem mais políticos sendo investigados

Corrêa, Argôlo e Vargas foram presos pela Polícia Federal no início de abril, na 11ª fase da Operação Lava Jato. André Vargas foi cassado em dezembro pela Câmara dos Deputados. Os parlamentares decidiram condená-lo por envolvimento em negócios com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato por participação em um esquema de lavagem de dinheiro. Em outubro, o Conselho de Ética da Câmara aprovou o pedido de cassação de Argôlo, acusado de participar de negócios ilegais com Alberto Youssef. Condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão, Corrêa teve o nome citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. A lista de denunciados também inclui Leon Dênis Vargas Ilário, Milton Vargas Ilário e Ricardo Hoffmann; Ivan Vernon, Marcia Danzi, Alberto Youssef, Rafael Ângulo Lopes e Fábio Corrêa; e Carlos Alberto Costa. Dellagnol disse ainda que outros nomes, entre eles de políticos, estão sendo investigados e devem ser divulgados futuramente. “Novas acusações virão em relação a pessoas ainda não acusadas. Empresários, operadores financeiros e outros funcionários públicos serão acusados no futuro, além de outros agentes políticos”.

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