A economia brasileira recuou 0,2% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com trimestre anterior (outubro, novembro e dezembro de 2014). No trimestre anterior, a economia cresceu 0,3%. Nos três primeiros meses do ano, o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, ficou em R$ 1,4 trilhão. Segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais, divulgadas ontem (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do primeiro trimestre deste ano caiu 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado, a maior queda desde o segundo trimestre de 2009 (-2,3%). Em 12 meses, o PIB acumula queda de 0,9%. A queda de 0,2% na passagem do quarto trimestre de 2014 para o primeiro trimestre deste ano foi puxada principalmente pelo setor de serviços, que recuou 0,7%. A indústria também caiu (-0,3%). A agropecuária, por outro lado, teve crescimento de 4,7% no período. Sob a ótica da demanda, houve queda no consumo das famílias (-1,5%), investimentos (-1,3%) e consumo do governo (-1,3%). As exportações cresceram 5,7%. Houve alta também nas importações (1,2%).
Comércio já esperava queda. E prevê queda maior no segundo trimestre
A Confederação Nacional do Comércio (CNC), considerou que a queda de 0,4% do comércio no Produto Interno Bruto (PIB), na comparação do primeiro trimestre deste ano com o trimestre anterior, “não surpreendeu”. Por meio de nota divulgada à imprensa, a CNC informou que as vendas do comércio tinham caído 4% nesse período. De acordo com a CNC, a expectativa de elevação da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central, que deverá chegar a 13,75% ao ano até o final de 2015, “não permitirá a reversão do atual cenário de contração da economia e do consumo final das famílias até dezembro”. A CNC espera que a economia recue 1,3% e o consumo das famílias caia 0,6% neste ano. Apesar disso, a CNC acredita que a percepção de que a trajetória da inflação entrará em declínio poderá permitir “alguma recuperação” do PIB a partir do segundo semestre. A Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) avaliou, também por meio de nota, que o recuo da economia já era esperado e a tendência é que ele se acentue no segundo trimestre. A entidade, que representa os empresários de comércio do estado do Rio de Janeiro, defende uma “agenda econômica que reverta esse ciclo, incentive o investimento, reduza o peso dos impostos, aprimore a gestão das contas públicas e a estabilidade monetária”. A nota acrescenta: “As ações por ora nesse sentido não são causas do desempenho do PIB neste ano, mas antídoto às verdadeiras – gestadas nos quatro anos anteriores”.