Blog do PCO

Com mais impostos, crédito vai ficar difícil

Paulo César de Oliveira
COMPARTILHE

O presidente da Federação Brasileira de Bancos, Murilo Portugal Filho (foto), acredita que, caso seja convertida em lei, a Medida Provisória 675/15 poderá tornar o crédito mais caro e mais difícil de ser obtido com instituições bancárias. A medida, que aumenta de 15% para 20% a Contribuição Sobre o Lucro Líquido (CSLL) paga por instituições financeiras, entrará em vigor a partir do dia 1º de setembro de 2015. O aumento dessa alíquota vai gerar um incremento na receita da CSLL de aproximadamente R$ 747 milhões em 2015 e R$ 3,8 bilhões em 2016. “Vai encarecer ou diminuir o crédito bancário. Por isso, apelo para que a MP não seja acatada”, disse Portuga, ontem (7) no Senado, onde participou de audiência na comissão mista criada para discutir a medida.

 

Bancos aceitam pagar se for por prazo determinado

Segundo Portugal, a alternativa para amenizar os efeitos negativos da medida para o sistema bancário seria definir um prazo de validade para ela. “Foi proposta uma emenda para aumentar essa alíquota, mas em caráter temporário até 2018, quando retornaria aos atuais 15%. Essa emenda, que atende ao objetivo do governo de aumentar a arrecadação, tem nosso apoio”, esclareceu o representante dos banqueiros. Assessor de Economia do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Martim Cavalcante explicou que a MP 675 é necessária para que o ajuste fiscal seja cumprido. Acrescentou que, isoladamente, ela não garantirá o crescimento da atividade econômica. Para Cavalcante, será necessária também a adoção de outras iniciativas, entre elas o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aplicado sobre automóveis e cosméticos. De acordo com o gerente de Políticas Econômicas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, o aumento de tributos causa “preocupação” para o setor. “Qualquer aumento penaliza os setores produtivos e o emprego. E qualquer medida de ajuste fiscal, de longo prazo, precisa ter estimativa do impacto na competitividade”, concluiu.

COMPARTILHE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

News do PCO

Preencha seus dados e receba nossa news diariamente pelo seu e-mail.