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A solução é exportar

Paulo César de Oliveira
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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro (foto), disse ontem (12) que a desvalorização do real frente ao dólar abriu espaço para as exportações brasileiras. “Nós já estamos detectando, firmemente, não apenas no resultado da balança comercial, mas nós estamos medindo isso pela forma que a exportação voltou ao planejamento das empresas. Toda a empresa hoje voltou a colocar a exportação no seu radar”, disse, em entrevista, na abertura do Congresso Brasileiro do Aço. O Congresso foi realizado na cidade de São Paulo. As preocupações com a situação da China e da Grécia fizeram com que a moeda norte-americana chegasse a ser cotada a R$ 3,234 na última quarta-feira (8). A maior cotação desde 27 de março (R$ 3,241). Para o ministro, o novo patamar do câmbio brasileiro tende a ser benéfico para a indústria nacional. “O Brasil conviveu, e nesse contexto a indústria pagou um preço caro, com um longo período de apreciação da nossa moeda. E felizmente agora, ao que parece, agora nós teremos uma taxa de câmbio mais amigável ao setor exportador”, enfatizou. O novo cenário vai permitir, disse, não só um aumento das vendas para o exterior, mas melhorar a competitividade dos produtos nacionais também no mercado interno. “Significa que isso oferece para a própria indústria algum espaço no mercado doméstico que vinha sendo ocupado pelo produto importado. Isso é muito importante, sobretudo, nesse momento de contração do mercado doméstico”, acrescentou.

 

Governo trabalha para abrir mercados

Em relação as exportações, ele afirmou que o governo está trabalhando para reposicionar o país, aproximando o Brasil de mercados fortes. “O Brasil tem que se integrar de maneira mais efetiva aos fluxos de comércio em regiões que têm maior dinamismo. E nesse sentido, o foco da política comercial brasileira se voltou para alguns mercados importantes, como o americano”, ressaltou. Nos Estados Unidos, foram assinados, segundo Armando Monteiro, acordos de convergência de normas técnicas. Frisou que o objetivo é remover as barreiras não tarifárias aos produtos brasileiros. “Nós estamos fazendo um acordo de harmonização e convergência de normas. Com isso, setores da indústria já puderam ter ganhos a curto prazo. Eu destacaria o setor cerâmico, de máquinas e equipamentos, de refrigeração e material elétrico”, enumerou. O México é outro parceiro com o qual o Brasil quer, segundo o ministro, expandir os laços comerciais. “Nós estamos ampliando o acordo de complementação econômica com o México. É um acordo que vigorava desde 2002, mas restrito, com 800 produtos. Esse acordo vai agora ser ampliado, alcançando mais de 3 mil produtos”.

 

Sem pacote e com a preocupação de sinalizar ao mercado

Quanto a implementação de novas medidas para estimular a exportação, além das já anunciadas pelo Governo Dilma, o ministro garantiu que não há estudos para a produção de um novo “pacote” de incentivos ao setor industrial. Isto, para ele, é absolutamente inviável até mesmo em razão da prioridade que se estabeleceu para o ajuste fiscal. Monteiro considera que as medidas do ajuste sejam entendidas e aprovadas no Congresso, mesmo que sem o alcance previsto inicialmente. Até mais do que a questão numérica, o ministro considera a sinalização que as medidas do ajuste emitem à sociedade como essenciais para a retomada da economia. “Mais importante até do que alcançar numericamente a meta do ajuste, é importante mostrar que o governo vai perseguir firmemente a mudança na trajetória das contas públicas. Já em 2016 precisamos gerar superávit primário, o que é necessário para que a relação entre dívida e PIB não se deteriore”.

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