A presidente Dilma Rousseff (foto) disse ontem (12) que o respeito internacional pelo Brasil passa pela demonstração de que, internamente, há respeito à decisão das urnas. Segundo ela, a democracia brasileira está se consolidando e tem como desafio resolver o histórico problema da desigualdade social. “O Estado brasileiro só é respeitado no mundo na medida em que, em nosso território, se exerce e se respeita plenamente a soberania popular. Essa soberania significa submissão à vontade geral expressa nas urnas”, disse a presidente, ao participar, no Palácio do Itamaraty, de uma solenidade de formatura de diplomatas. Dirigindo-se aos formandos, Dilma pediu que cuidem para que fatores internacionais não criem constrangimentos ao livre exercício da soberania tanto popular quanto nacional e, ao mesmo tempo, atuem de forma a respeitar a diversidade que o mundo apresenta. “Vivemos, nos últimos anos, uma fascinante experiência de construção da democracia em nosso país. Experiência fascinante, porque é complexa, bastante complexa, mas ainda inconclusa”, disse a presidente. “A democracia deve ser exercitada para resolver um problema que historicamente marca nosso país: a desigualdade social”, afirmou Dilma. Dilma disse que a crise financeira internacional tem causado problemas para todos os países e, em particular, aos em desenvolvimento, mas ressaltou que medidas adotadas pelo governo amenizaram seus efeitos no país e que “o reequilíbrio econômico deve restaurar em breve as bases de novo ciclo de crescimento e nossa inserção no mundo”.
Ministro do STF também dá palpite sobre a crise
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin defendeu, logo após a solenidade no Palácio do Itamaraty, a preservação de instituições democráticas e que os interesses do país não sejam prejudicados pela crise política. Segundo ele, em situações como a atual cabe aos integrantes dos Poderes manter os canais de diálogo abertos, a fim de evitar que a crise política prejudique ainda mais o país. “O que me parece muito importante neste momento é colocar o Brasil acima de todo e qualquer embate. Os interesses do Brasil são maiores que os interesses momentâneos de uma crise política que o país pode estar passando”, disse o ministro. Para Fachin, preservar as instituições, a democracia e estar disposto ao diálogo e à troca de ideias “é o grande desafio que se coloca para quem, de fato, quer apostar na estabilidade e não no caos”. De acordo com Fachin, o país precisa hoje de diálogo entre seus poderes. “Diálogo pressupõe o respeito de censo. Dialogar não é aderir, é abrir-se para a exposição de posições divergentes, a fim de encontrar uma área comum de interesses que dê estabilidade à economia e tranquilidade à sociedade brasileira. Que façam isso preservando as instituições.