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Interpretações dos protestos

Paulo César de Oliveira
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Enquanto a presidente Dilma tenta manter uma agenda positiva para reconquistar a confiança dos brasileiros, as interpretações da manifestação de domingo, que aconteceram em todos os estados e no Distrito Federal, indicam que esta tarefa será muito mais difícil do que ela imagina. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, PSDB-SP, acredita que o recado mais significativo das ruas foi o da persistência do sentimento popular de que o governo embora legal, é ilegítimo. Para ele “ falta ao governo a base moral, que foi corroída pelo lulopetismo” e se a presidente não for capaz de um gesto de grandeza, assistiremos à desarticulação crescente do governo”. Sem o mea-culpa, FHC acredita que a situação vai se agravar “a golpes de Lava Jato”.

 

As repercussões internacionais

Os protestos também ganharam destaque na imprensa internacional. O jornal inglês Financial Times falou do tema em seu editorial, afirmando que a presidente Dilma continua no cargo devido a corrupção no Congresso Nacional e faz um prognóstico pouco animador das consequências de uma eventual saída de Dilma. Para o jornal, caso a presidente deixe o cargo “provavelmente haveria outro político medíocre para substituí-la”. A corrupção na Petrobras também foi abordada, com destaque para a investigação de “procuradores independentes, com admirável vigor, que tem revelado quão venais são os políticos brasileiros, especialmente do Partido dos Trabalhadores”. O fato de a presidente Dilma ter sido presidente do Conselho da Petrobras foi lembrado pela edição britânica, que afirma que ela é “culpada pelo menos de grande incompetência”.

 

Otimismo da turma de casa

Entre os conselheiros e ministros mais próximos da presidente Dilma, nenhuma dessas considerações está em pauta. A análise negativa dos últimos acontecimentos é creditada principalmente aos pessimistas. Os aliados da presidente Dilma preferem acreditar que as dificuldades enfrentadas no país são em consequência de uma crise internacional e não um reflexo das investigações da operação Lava Jato. O ministro da Comunicação, Edinho Silva, acredita que o mais importante no momento é “quebrar o clima de pessimismo” com a construção de uma agenda positiva para a presidente.

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