O vice-presidente Michel Temer (foto) está próximo de terminar o seu acordo com a presidente Dilma na coordenação política. O acordo foi o de que ele faria a interlocução entre governo e Congresso Nacional para a votação de matérias de interesse do Executivo. Como a pauta que estava sob sua responsabilidade está terminando, Temer deve deixar a função. Pelo menos é o que espera um grupo dentro do PMDB, que está negociando com o PSDB um pacto de governabilidade, caso a presidente Dilma fique impedida de continuar no cargo. O partido tem se distanciado do PT, principalmente na Câmara dos Deputados, onde a base governista está cada vez mais esvaziada. O acordo entre a presidente Dilma e o presidente do Senado, Renan Calheiros, PMDB-AL, parece ter aumentado essa distância entre governo e os deputados federais. O acerto só parece ter agradado, até agora, à própria presidente, que conquistou um importante aliado, mesmo que ele não seja confiável, e a Renan Calheiros e seu grupo político. Temer também estaria se sentindo isolado e desprestigiado pela presidente e tem ficado de fora de reuniões com seus ministros e principais conselheiros, em discussões de pautas importantes. O encontro com seus principais assessores para analisar as manifestações do dia 16 de agosto, por exemplo, Temer foi esquecido, ou excluído. Mas para alguns peemedebistas, esta distância não incomoda. Ao contrário, ela chega a ser providencial, já que o PMDB quer se afastar das denúncias de corrupção, que estão desgastando o PT e a presidente Dilma, e também da crise econômica, que está enterrando de vez o governo petista. Com isso, o vice-presidente Michel Temer fica livre para articular o seu plano, caso venha a assumir o Palácio do Planalto. Ele estaria contando, inclusive, com a colaboração do senador José Serra, PSDB-SP, que segundo alguns tucanos, já estaria pensando até, nos nomes para compor o ministério do peemedebista.