Nas últimas eleições, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) (foto), declarou à Justiça Eleitoral possuir R$ 1,6 milhão em bens. Na quinta-feira passada, denúncia do procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, encaminhada ao Supremo Tribunal Federal, pede que o parlamentar seja obrigá-lo a devolver R$ 277 milhões aos cofres públicos – quantia apontada como somatório da propina recebida pelo peemedebista mais multa pelos danos causados à Petrobras e à administração pública. Na frieza dos números, a discrepância é evidente: a conta não fecha, e Cunha e Janot poderão travar uma batalha “matemática”. Apesar de seu patrimônio ter aumentado em 214% entre 2002 e 2014, Eduardo Cunha declarou à Justiça Eleitoral ter bens que correspondem a menos de 0,6% dos R$ 277 milhões. Ou seja, valor que Cunha terá de restituir à Justiça, caso seja condenado, representa mais 173 vezes o seu patrimônio.