Parece que o país caiu numa área de areia movediça. Quanto mais se mexe, mais afunda. E como o governo, e seu entorno, tem se mexido de forma descoordenada. O PT, sempre bom de marketing, anda metendo as mãos pelos pés, mostrando que está inteiramente sem rumo e comando. Na pressa de alguns em bajular o “chefe” Lula, acabam criando mais dúvidas. O discurso repetitivo do nada saber, da perseguição das ética ao pobre partido, que só deseja o bem para o povo, já não se sustenta. Basta ver as últimas pesquisas que indicam o brutal aumento da rejeição à legenda. Se os erros de condução na defesa petista apenas desmoralizasse a legenda, ainda estaria bom. Mas o problema é que já começa a atingir as instituições. Aí está o ministro José Eduardo Cardozo, na ânsia de se recompor com Lula, interferindo abertamente na ação da Polícia Federal, pedindo explicações sobre a condução da intimação de Luiz Cláudio, caçula do ex-presidente, para depor por suspeita de corrupção. Ao fazer isto, de dar publicidade ao seu ato, Cardozo atende ao partido, mas coloca fogo no capinzal. Primeiro atraindo a ira da policia, onde o corporativismo é traço marcante, contra “Lulinha” e, grave para o país, coloca em dúvida a independência de ação da PF. Então se o ministro pode cercear uma investigação, claro está que ele pode também usar a instituição para perseguir seus inimigos. É esta a imagem que fica. Há outro aspecto a considerar. Como vivemos tempos de vaca estranhar bezerro, quem garante não haver por trás disto tudo uma grande trama. Lula quer derrubar Cardozo que, acreditem ou não, tem garantido a ação da PF. Ruim com ele, pior sem ele, para a elucidação dos crimes petistas. Cardozo então arma a chamada “casa de caboclo” para seu ex-amigo. Cobra explicações da PF e torna a cobrança pública. O ato da polícia de procurar o filho de Lula às 23 horas, para entregar-lhe uma intimação, pode não ser usual, mas não é ilegal, asseguram juristas. O ministro então recebe as explicações e torna público que não houve irregularidades, quase passando um quase atestado de que o caçula é mesmo suspeito. Pior para Lula. Esta linha de pensamento parece “uma viagem”. É, pode parecer. Mas em tempo de “murici, onde cada um cuida de si”, é melhor pensar com a cabeça do capeta.