Presidente da Drogaria Araujo, que mantém 150 lojas em Belo Horizonte, é a primeira em rentabilidade no estado, com um faturamento de 1,6 bilhão de reais, Modesto Araujo, com seu jeito despojado de ser, deu uma aula de como se administra um negócio de sucesso no Conexão Empresarial, ontem (09), na VB Comunicação. O negócio iniciado em 1906 é administrado por gerações pela família. Modesto Araujo é da terceira geração e ensina para a quarta como se tornou a marca mais conhecida do estado à frente da TV Globo. Uma das receitas é nunca ter vaidade: “ na hora que o empresário começa a ficar vaidoso, a empresa acaba”. Ciente das dificuldades econômicas do país, Modesto disse ter tirado o “s” da palavra crise e buscou com criatividade reduzir os custos e envolver os sete mil funcionários nesse processo. Além disso, adequou os produtos das lojas para as necessidades do consumidor. Com a crise, o consumidor passou a buscar produtos com preços mais em conta e ele buscou atender a essa demanda. “O que acontece é que o consumidor passa a buscar produtos mais populares. Percebemos isso e passamos a oferecer marcas mais acessíveis e a montar kits promocionais. Deu certo. Quem compra gosta da sensação de estar economizando”. Para Modesto (foto), não se pode ter a ilusão de que tudo é culpa da crise. “Isso só nos torna mais acomodados e cegos sobre o real motivo de se estar perdendo mercado”. Se neste ano o desempenho da empresa não vai ser dos melhores, pelo menos não vai ficar no vermelho. Ao contrário, a rede de drogarias deve ter um aumento de 10 a 12% no faturamento neste ano. As vendas pela internet tiveram um crescimento de 160% em 2015. A melhora no desempenho aconteceu depois que Modesto Araújo trocou o achismo por uma gestão que trabalha com fatos e dados e contratou uma empresa de consultoria, que desenvolve vários projetos para o seu grupo. São atitudes simples e muitas vezes óbvias, que dão resultado. “Por exemplo, percebemos que todas as lojas tinham a mesma cara e os mesmos produtos. E isso é burrice. O consumidor que compra em bairro popular é diferente daquele que compra em um bairro da elite. É essencial oferecer o que o consumidor procura”. Se a criatividade e a gestão inteligentes são a alma do negócio, Modesto Araujo também manda um recado: o governo não vai fazer nada pelo empresário, a não ser aumentar impostos, como tem feito. E avisa: “o olho do dono é que engorda o gado”.