O movimento dos caminhoneiros continua interditando vários trechos de rodovias em todo o país, apesar da tentativa dos sindicatos ligados à CUT e ao PT de desqualificar o momento, considerado como apartidário. Ontem (10) alguns deputados tentaram negociar os termos de um entendimento com o governo, com a retirada da defesa do impeachment da presidente Dilma da pauta. A argumentação foi a de que nesses termos ficaria difícil o diálogo com o governo. Mas os trabalhadores e o Comando Nacional do Transporte, que organizou os protestos, iniciados na segunda-feira (9), não garantiram mudar esse ponto da demanda, embora os indicativos eram de que eles estariam dispostos a mudar os termos. Entre as outras reivindicações, estão melhorias nas condições das estradas, estabelecimento de valores mínimos para o frete e a redução do preço do diesel. Líderes do movimento chegam ontem (10) em Brasília para tentar iniciar uma conversa com a Casa Civil. O grupo que tem puxado os protestos se diz também insatisfeito com o resultado da greve que ocorreu em março e reclamam que o governo não cumpriu o que prometeu.
Governo do PT endurece com os grevistas
Longe das raízes que o levaram ao Palácio do Planalto, o governo do PT decidiu aumentar a pressão sobre os caminhoneiros grevista e está querendo impor pesadas multas para os que obstruírem as vias. Atualmente a multa está fixada em RS 1.915,00 mas poderá chegar a até RS 19 mil, com uma nova tipificação de infração e aumento de valores que o governo está impondo, através de uma Medida Provisória que está sendo publicada hoje, no Diário Oficial da União. A orientação do ministro José Eduardo Cardoso é para que se intensifique a aplicação das multas nos caminhoneiros que estacionaram seus caminhões no acostamento e obstruírem as vias. Assim não dá mesmo para dialogar.