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Brasil perde grau de investimento

Paulo César de Oliveira
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A agência de classificação de risco Fitch Ratings retirou o grau de investimento do Brasil, com rebaixamento da nota soberana do país. O grau de investimento é conferido a países considerados bons pagadores e seguros para investir. A nota do Brasil passou de BBB- para BB+.Além de rebaixar, o Fitch colocou o Brasil em perspectiva negativa. Essa é a segunda agência de classificação de risco a retirar o grau de investimento do Brasil. Em setembro, a Standard&Poor’s reduziu a nota de crédito do Brasil de BBB- para BB+, com perspectiva negativa. Quando duas agências retiram o grau de investimento, os fundos estrangeiros normalmente retiram os recursos aplicados no país. As agências mais conceituadas pelo mercado são a Fitch, a Moody’s e a Standard & Poor’s (S&P), que periodicamente mandam técnicos aos países avaliados para analisarem as condições da economia. Uma avaliação positiva faz um país e suas empresas levantarem recursos no mercado internacional com custos menores e melhores condições de pagamento. Da mesma forma, uma boa classificação atrai investimentos estrangeiros ao país.

 

Levy cobra votação de ajuste para economia não cair mais ainda

Após a agência de classificação de risco Fitch Ratings tirar o grau investimento do Brasil, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o país precisa votar o ajuste fiscal no Congresso Nacional e conclamou todos os brasileiros a saírem em defesa do Brasil. “Nós temos que tomar as medidas necessárias. Agora, o mais importante é a votação das MPs [Medidas Provisórias], que dão suporte ao nosso Orçamento. Em vista do rebaixamento, temos que partir em defesa do Brasil. Temos que votar, tanto na Câmara, quanto no Senado. Conversei com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e ele está disposto a apoiar esse esforço. Acho que tem que ser de todos os brasileiros neste momento”, disse Levy, ao chegar ao Ministério da Fazenda após encontro com o presidente do Senado, no Congresso. “A gente não pode começar o ano sem votar as coisas que são essenciais e que vão permitir suportar o nosso Orçamento. Depois, no ano que vem, vamos ter que continuar fazendo também as reformas e ajustar o que a gente tem que ajustar para a economia brasileira voltar a crescer, para as famílias brasileiras terem tranquilidade. É isso que a gente tem que fazer agora em defesa do Brasil”, disse Levy.

 

Rebaixamento não foi surpresa

A notícia de rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação Fisch, que citou a recessão e o aumento das incertezas políticas para tomar a decisão, não surpreendeu os empresários mineiros. O presidente da Fiemg, Olavo Machado Jr, entende o rebaixamento como um processo natural diante da situação política e econômica do país e não será surpresa se outra agência seguir o mesmo caminho. Para Olavo Machado (foto), o Brasil tem “enormes potencialidades, mas está com toda a sua infraestrutura sucateada. Ainda assim ele acredita, como os economistas da Fiemg, que com esse cenário, muitos investidores vão barganhar para entrar no país. Mas para tanto, serão necessárias regras claras e que o país supere as dificuldades na área política.  Outra questão que precisa ser entendida, segundo o empresário, é a de que a solução para o país está no setor privado, já que o governo perdeu a sua capacidade de investir e o modelo de economia voltado para o consumo também se exauriu. “Qualquer empresa já teria resolvido o problema. A questão é política, falta de interesse e de compromisso para com o país. Os interesses pessoais estão acima dos interesses do país. Se conseguirmos superar esse problema, vamos recuperar a economia rapidamente”, desabafa Olavo Machado. Para ele, quem acompanha a situação brasileira de fora está mais otimista do que os que estão os próprios brasileiros.

 

Entidade de classe não tem que apoiar atividade política

Por entender que a atual crise econômica está muito relacionada com a crise política vivida pelo país, Olavo Machado, criticou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, por ter decidido apoiar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para ele, entidade de classe não tem que apoiar, ou não, qualquer atividade ligada a política. “O que precisamos é fazer com que as coisas aconteçam com velocidade. Existe um erro de interpretação aí”. O empresário também reclamou das especulações sobre a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. É preciso perguntar se “o que estamos fazendo é pra valer. Nós estamos pensando no país ou individualmente?”. Olavo acrescenta que o Brasil pode ter um novo final, mas é preciso começar a fazê-lo e o que se espera é que o governo ache esse rumo. Além disso, entende que “qualquer um que estiver no cargo de Levy, desde que defenda o desenvolvimento, é bem-vindo”.

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