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Os equívocos da presidente Dilma

Paulo César de Oliveira
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A presidente Dilma Rousseff (foto) parece não compreender direito a gravidade da crise política e econômica brasileira. Sem a presença de políticos em Brasília, devido ao recesso parlamentar, a presidente se mostra confiante e segura, tanto que acabou admitindo que o seu maior erro “foi não ter visto que a crise era tão grande em 2014, não ter visto o tamanho da desaceleração em decorrência dos problemas internos e externos”. Sem conseguir enxergar o que acontece ao seu redor, a presidente avalia que o desempenho da economia, a instabilidade de economias como a chinesa e o fato de o Brasil estar enfrentando uma das maiores secas das últimas décadas, foram os principais problemas enfrentados por sua administração. Sem falar no maior escândalo de corrupção no país, no descrédito da população e da classe política em seu governo, das pedaladas fiscais e da incapacidade do governo em manter os serviços essenciais para a população, a presidente repetiu o seu ministro chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, e disse que não tem um coelho escondido na cartola. “Vamos continuar a reforma administrativa, crucial para corrigir os erros do governo”.

 

Encarando a Previdência

No encontro com jornalista ontem, realizado no Palácio do Planalto, a presidente repetiu velhas desculpas para a crise brasileira, mas fez questão de assegurar que seu governo não vai abrir mão do reequilíbrio fiscal, sem detalhar como pensa em promovê-lo, como forma de garantir a redução da inflação ainda neste ano. Para dar uma animada no mercado, Dilma anunciou que eu governo fará uma reforma na Previdência, mas seguindo um modelo que não será apenas técnico. “Vamos ter que encarar a reforma da Previdência. Não é possível que a idade média de aposentadoria no Brasil seja 55 anos”, afirmou a presidente. Dilma explicou porque seu governo decidiu colocar a reforma previdenciária em sua pauta para este ano. “Estamos envelhecendo mais e nossa expectativa de vida aumentou”, disse ela. “Vai ter menos gente trabalhando no futuro para sustentar mais gente sem trabalhar: os mais velhos que vão ter uma longevidade maior e os mais novos, que estão nascendo”. Talvez há prevendo a reação contrária as mudanças, até mesmo dentro de seu partido, a presidente afirmou que a proposta será construída através de um consenso envolvendo toda a sociedade brasileira e que preservar direitos adquiridos. Após o café da manhã com os jornalistas Dilma viajou para Porto Alegre para conhecer seu segundo neto, Guilherme- filho de sua única filha, Paula- que nasceu na manhã de ontem.

 

Todos podem ser investigados

O aparecimento do nome do ministro Jaques Wagner nas investigações da Lava Jato parece não incomodar a presidente Dilma. Mesmo tentando evitar falar no tema, a presidente Dilma disse, na conversa com jornalistas, que “tem certeza que poucos governo tiveram uma relação tão clara, tão explícita na garantia das condições das investigações”. O nome de Jaques Wagner apareceu em mensagens telefônicas e textos recolhidos pela Lava Jato e que revelam a proximidade do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, já condenado a 16 anos de prisão, com nomes como o de Wagner, Fernando Haddad, prefeito de São Paulo, e o do presidente da Petrobras, Ademir Bendine. Para a presidente, todos podem ser investigados e não descarta ter sido ela também, alvo de apurações. “Eu tenho clareza que devo ter sido virada dos avessos. Sobre minha conduta não paira nenhum embaçamento, nenhuma questão pouco clara”. Apesar disso disse que entende perfeitamente a importância das diferentes operações que ocorreram no país. “A impunidade hoje, no Brasil começou a ser de fato ameaçada, doa a quem doer”.  

 

Jaques Wagner se diz absolutamente tranquilo

Após a divulgação de que teve o seu nome citado nas investigações da operação Lava Jato, o ministro chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou que fez atividade “política institucional, exclusivamente baseada na defesa dos interesses do Estado da Bahia e do Brasil”. Mesmo repudiando o vazamento de “informações preliminares e inconsistentes, que não contribuem para o andamento das apurações e do devido processo legal”, o ministro se disse a disposição das autoridades e do Ministério Público para prestar esclarecimentos.

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