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A Rede é contra o impeachment mas quer Dilma e Temer fora do governo

Paulo César de Oliveira
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A direção nacional da Rede Sustentabilidade, partido criado pela ex-senadora e ex candidata a presidente, Marina Silva, está reunida neste fim de semana, em Brasília, discutindo a conjuntura política e econômica do país. As lideranças da Rede reafirmaram o posicionamento contra o impeachment da presidente Dilma, mas de apoio à cassação do mandato da presidente e do vice Michel Temer, via Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Estamos dando toda a força às investigações, mas a melhor forma de dar encaminhamento é o processo no TSE. Dilma e Temer são faces da mesma moeda”, disse Marina Silva (foto) ao Broadcast Político. Apesar de se dizer contrária ao impeachment, Marina tem mantido um tom bastante crítico em relação à Dilma. No início do mês, ela declarou que a presidente não tinha mais a liderança política para conduzir o país nem maioria no Congresso. A ex-ministra não esconde a mágoa dos ataques que sofreu de Dilma na eleição de 2014. Naquele ano, ela apoiou o então candidato do PSDB, Aécio Neves, no segundo turno. Nas eleições presidenciais de 2018, Marina diz que ainda não sabe se será candidata, mas tem sido uma das favoritas nas pesquisas eleitorais.

 

Contradições do ministro Barbosa

O foco da reunião da Rede ontem – que contou com as presenças do líder da bancada na Câmara, deputado Alessandro Molon (RJ), e do senador Randolfe Rodrigues (AP) – foi a condução da política econômica do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e as medidas de ajuste fiscal que foram patrocinadas pelo governo petista. O partido de Marina reiterou que não apoiará o retorno da CPMF. “Não se pode reduzir a carga tributária e não há condição de aumentar a carga”, declarou Randolfe. Os dirigentes da Rede avaliam que os primeiros movimentos da atual equipe econômica demonstram contradição no discurso do governo. Os “marineiros” criticam a posição de Barbosa, que “ora acena com o ajuste fiscal para o mercado, ora para a base social”. “Está havendo pouca clareza, sinais contraditórios do novo ministro em relação à política econômica”, criticou Bazileu Margarido, porta-voz do partido. “O governo está bipolar em relação à política econômica”, concordou Randolfe. Os dirigentes do partido voltam a se reunir neste domingo, e, após o encontro, deverão detalhar, em entrevista coletiva, o que foi debatido ao longo do fim de semana.

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