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Itaú tem lucro acima do esperado mas se prepara para o aumento da inadimplência e retração no crédito

Paulo César de Oliveira
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O Itaú Unibanco teve lucro pouco acima das previsões nos últimos três meses de 2015, com receitas maiores e controle de despesas, mas previu salto superior a 40 por cento na provisão para calotes e possível retração no crédito neste ano, refletindo a economia do país, que ruma para a pior recessão em um século. O maior banco privado do país anunciou ontem que seu lucro recorrente do quarto trimestre somou 5,773 bilhões de reais, alta de 2 por cento sobre um ano antes. A previsão média de analistas era de lucro recorrente de 5,51 bilhões de reais. Após efeitos extraordinários, o lucro líquido teve alta de 3,2 por cento no comparativo anual, a 5,698 bilhões de reais. Apesar do crescimento de apenas 4,3 por cento da carteira de crédito, que fechou o ano em 548,1 bilhões de reais, o Itaú Unibanco viu a margem financeira com clientes crescer 1,1 por cento na base sequencial e de 13,2 por cento sobre um ano antes. A capacidade de repassar taxas maiores nas operações de crédito e de obter bons resultados com a tesouraria levaram o banco a ter alta de 20,7 por cento da margem financeira gerencial no ano, acima da estimativa de 14,5 a 17,5 por cento.

 

Crescem receitas com tarifas

O índice de inadimplência, medido pelo saldo de atrasos com mais de 90 dias, foi a 3,5 por cento, 0,2 ponto percentual maior que no trimestre anterior e 0,4 ponto acima de um ano antes. O índice de 15 a 90 dias recuou 0,4 ponto na comparação com o terceiro trimestre, a 2,6 por cento. Ainda assim, as despesas com provisão para calotes, líquida de recuperação de crédito, caiu 0,4 por cento na base sequencial a 4,634 bilhões, refletindo o crescimento de 35,4 por cento das receitas com recuperação de crédito baixado para prejuízo. A despesa não decorrente de juros, incluindo administrativos e salários, subiu 1,95 por cento sobre o trimestre anterior e 9,95 por cento sobre um ano antes. No consolidado de 2015, o aumento foi de 8,8 por cento, dentro da meta do banco de fazê-la ficar abaixo da inflação, de 10,7 por cento pelo IPCA. Em outra frente, as receitas do trimestre com serviços e tarifas avançaram 10,6 por cento ano a ano, para 7,645 bilhões de reais. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido, que mede como o Itaú Unibanco remunera seus acionistas, foi de 22 por cento, queda de 1,3 ponto percentual na medição sequencial e de 2 pontos sobre um ano antes.

 

Pessimismo com 2016

No conjunto, o Itaú Unibanco fez previsões pessimistas para este ano, considerando um intervalo que vai de contração de 0,5 por cento para alta de 4,5 por cento em sua carteira de crédito consolidada, puxada pelo desempenho no Brasil. O banco também previu aumento médio superior a 40 por cento das provisões para perdas com inadimplência, considerando o ponto médio da faixa de 22 bilhões a 25 bilhões de reais, em relação à média prevista para o ano passado. O banco previu  ainda expansão de 2 a 5 por cento da margem financeira com clientes, linha que teve expansão de 15,6 por cento no ano passado. Com informações da Agência Reuters.

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