O Congresso está retomando seus trabalhos. As Assembleias também. É bem verdade que esta volta é apenas para cumprir regimento. Ninguém, em sã consciência, acredita que os Parlamentos reiniciem suas atividades às vésperas do Carnaval. Até porque o país só começa a trabalhar após as festas de Momo e, em algumas situações, só mesmo após a Semana Santa. De qualquer maneira, oficialmente os trabalhos estão sendo reiniciados e mais parlamentares estarão de volta de suas “bases”. Será o reaquecimento da atividade política e é bom que isto aconteça com responsabilidade. A situação econômica do país é muito grave e o acirramento das disputas políticas, no nível em que elas estão colocadas, só agrava a situação. Não, não se prega aqui a capitulação das oposições em nome da governabilidade. Nem se pede que a situação mantenha sua postura cordata, de “boizinho de presépio”, diante do governo. Bem ao contrário, o Brasil precisa do embate político para dele se encontrar o consenso em relação ao que precisamos fazer para sairmos da atual crise, preparados para um crescimento sustentável ao longo dos anos. Embate político não é briga rasteira. Não é ficar com acusações mútuas, nem com defesa construídas sobre argumentos absolutamente infantis. O Brasil precisa definir o quanto antes o seu caminho. Começar a debater imediatamente a pauta política. Vamos ter impeachment? Vamos retomar a cobrança da CPMF? Faremos as reformas da Previdência e a trabalhista, envolvendo aí a legislação sindical? E as privatizações? A melhoria da saúde e da educação? São estes, além de outras centenas de assuntos, que interessam ao povo e que o Parlamento não consegue responder. É hora de avançar nestas discussões e deixar para a polícia e o Judiciário a solução dos outros graves problemas de corrupção, de fraudes eleitorais, etc. Seriedade é o que se espera dos Parlamentos. O povo quer, e tem o direito de exigir, um basta em tanta bandalheira, em tanta briga rasteira que só interessa aos que sabem tirar proveito pessoal delas.