O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo (foto) disse ontem que a Polícia Federal vai investigar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso “se houver indícios de práticas criminosas”. Segundo a jornalista Miriam Dutra, o ex-presidente enviou dinheiro a ela no exterior com ajuda da empresa Brasif Exportação, concessionária à época das lojas duty free nos aeroportos brasileiros. Miram e Fernando Henrique mantiveram um relacionamento extraconjugal entre 1985 e 1991, quando o ex´presidente ainda era senador.O ministro Cardozo fez a declaração ontem, quando visitava o Parque Aquático Maria Lenk, no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro, onde ocorria um teste de segurança para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Ao ser perguntado se falaria sobre a denúncia de Miriam Dutra, Cardozo afirmou: “Não vou me pronunciar sobre esse assunto. Mas, se houver indícios de eventos puníveis, a PF fará as investigações necessárias. Isso se aplica não somente ao FHC, mas a todos os brasileiros. Se houver indícios de práticas criminosas e se houver eventos puníveis, de acordo com a lei federal”.
Empresa diz que não tem relação com FHC
A empresa Brasif, citada pela jornalista Miriam Dutra em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, divulgou nota nessa sexta-feira , na qual afirma que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso “não teve qualquer participação” na contratação dela, “tampouco fez qualquer depósito na Eurotrade ou em outra empresa da Brasif”. A jornalista afirmou que a empresa Brasif Exportação e Importação, ajudou o ex-presidente a enviar dinheiro para ela no exterior entre 2002 e 2006. Miram e Fernando Henrique tiveram um relacionamento extraconjugal entre 1985 e 1991. A transferência de dinheiro , segundo ela, foi feita por meio da assinatura de um contrato fictício de trabalho. Segundo tal contrato, a jornalista teria de fazer análise de mercado em lojas convencionais e de duty free. Miriam admite , porém, que jamais pisou em uma loja para trabalhar. Mesmo assim, recebia a quantia de US$ 3 mil mensais. O ex-presidente FHC negou que tenha utilizado a empresa Brasif S/A Exportação e Importação para enviar ao exterior, recursos para a jornalista. No comunicado, a Brasif afirma que contratou Miriam em dezembro de 2002, por indicação do cunhado dela, mas que o ex-presidente não teve participação na contratação, tampouco fez qualquer depósito.
