Que o domingo seja de festa da democracia

Este pode ser um domingo memorável ou lamentável. Memorável se as manifestações programadas pelos diferentes grupos de oposição ao governo Dilma, ao PT e ao ex presidente Lula conseguirem, como prometem, lotar as ruas das cidades em todas as regiões brasileiras. Se esta multidão que se espera souber exercer o seu direito de manifestar, externar sua opinião, fazer seu protesto de forma pacífica, teremos então a certeza de que, enfim, o Brasil aprendeu a ser democrático, a deixar de lado a letargia e ir à luta. Se, ao contrário, os atos de protesto desandarem para a balbúrdia, para a violência, estaremos dando prova de que permanecemos no mais pleno analfabetismo político, dominados por grupos que não sabem respeitar a democracia, apesar de falarem em nome dela. O alerta de que o respeito às leis e aos contrários é fundamental e devem ser ainda mais fortes em tempos de crise, já foi dado por lideranças governistas e não governistas. Se queremos mudar o Brasil, sob o comando de qualquer um dos grupos, precisamos respeitar. A indignação não é sinônimo de violência. Que este seja um domingo memorável. Que as ruas sejam do povo, como o céu é do condor. Que a festa seja de democracia. Que nas ruas o confronto seja de ideias, não de pessoas. Hoje pode ser o primeiro domingo de novos dias. Ou mais um domingo dos mesmos dias.