Blog do PCO

Mais um recorde do desemprego

Paulo César de Oliveira
COMPARTILHE

A taxa de desocupação para o conjunto das seis principais regiões metropolitanas do país analisadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) subiu 0,6 ponto percentual de janeiro para fevereiro, quando fechou em 8,2% da população economicamente ativa – percentual de pessoas desocupadas. O levantamento envolveu São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre.Os dados da PME foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que, em relação a fevereiro de 2015 (5,8%), a taxa subiu 2,4 pontos percentuais. Segundo o IBGE, em fevereiro deste ano a população desocupada fechou em 2 milhões de pessoas, crescendo 7,2% em relação a janeiro – mais 136 mil pessoas. Em relação a fevereiro de 2015, no entanto, o crescimento do número de pessoas desempregadas chegou a 39%, o que significa que mais 565 mil pessoas ficaram sem ocupação. Já a população ocupada do país fechou fevereiro em 22,6 milhões de trabalhadores para o conjunto das seis regiões metropolitanas pesquisadas, neste caso apresentando declínio tanto na comparação mensal (-1,9%, ou menos 428 mil pessoas); quanto em relação a fevereiro de 2015 (-3,6%, ou menos 842 mil pessoas).

 

Maior taxa de desemprego

A taxa de desemprego de 8,2% apurada pelo IBGE em fevereiro é a maior para os meses de fevereiro desde os 8,5% de 2009. É também a maior variação desde os 8,8% de maio do mesmo ano. O resultado de fevereiro de 2016 chega a ser 2,4 pontos percentuais superior ao percentual de desocupação de fevereiro de 2015: 5,8%. Neste caso, é o maior avanço anual para o mês de toda a série histórica iniciada em março de 2002. Os dados indicam que o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado não apresentou variação na comparação mensal, permanecendo em 11,4 milhões. Quando comparado a fevereiro de 2015, há queda de 4,1% no emprego formal, redução de 488 mil pessoas com carteira assinada no setor privado.

 

Rendimento do trabalhador cai 7,5%

Em fevereiro, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.227,50, uma queda de 1,5% em relação a janeiro, que foi de 2.262,51. Quando a comparação se dá com fevereiro de 2015, o rendimento médio real habitual do trabalhador para o conjunto das seis principais regiões metropolitanas do país (Rio, São Paulo, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre) cai 7,5%. Na ocasião, este rendimento era de R$ 2.407,53. A massa de rendimento médio real habitual das pessoas ocupadas em fevereiro deste ano foi estimada em R$ 50,8 bilhões, resultado 3,4% abaixo da estimada em janeiro. Na comparação anual, essa estimativa recuou 11,2%.

 

Belo Horizonte ficou abaixo da médica nacional

O desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte atingiu 7,2% em fevereiro, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Em janeiro, o índice havia atingido 6,9% e em fevereiro do ano passado, 4,9%. É a maior taxa para o mês de fevereiro desde 2008, quando chegou a 7,7%. A média nas seis regiões foi de 8,2%, superior às verificadas em fevereiro de 2015 (5,8%) e em janeiro do presente ano (7,6%), sendo o pior resultado para o mês desde fevereiro de 2009 (8,5%). “A taxa de desemprego no país não apresentou surpresas. A Região Metropolitana de BH se mantém abaixo da média nacional, a taxa tem crescido mais no Nordeste e em São Paulo”, diz Antonio Brazil, analista do IBGE em Minas. Segundo ele, o cenário do mercado de trabalho é de queda, com a redução da média da população em 6,8% na comparação anual. “O tempo de procura do emprego também está maior.” Na Grande BH o número de desempregados em fevereiro corresponde a 232 mil pessoas a mais que em fevereiro de 2013. O número de desempregados em fevereiro corresponde a 232 mil pessoas a mais que em fevereiro de 2013.A população desocupada, estimada em 176 mil pessoas, permaneceu estável no mês e aumentou 41,2% no ano.

 

Substituição de pesquisa

Está foi a última vez que o IBGE divulgou a Pesquisa Mensal de Emprego. Ela será substituída pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), que apura os números do desemprego em 211 mil domicílios de 3.464 municípios em todo o país. Para Cimar Azeredo (foto), coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, este é “um momento bastante emocionante e histórico dentro da instituição”. A pesquisa foi implantada em 1980 e está completando 36 anos. “Essa pesquisa nasceu pequena, tinha o objetivo de atingir pelo menos nove regiões metropolitanas, mas por questões de recursos, não foi possível. A partir de 2002, conseguiu fazer uma série de estudos para conhecer o perfil de mercado de trabalho. Ela vai ser substituída pela Pnad Contínua, que vem permitir que tenhamos a curto prazo informações do mercado de trabalho em nível nacional”, disse Cimar.

COMPARTILHE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

News do PCO

Preencha seus dados e receba nossa news diariamente pelo seu e-mail.