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Lula quer sindicatos na luta contra a Lava Jato

Paulo César de Oliveira
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Lula (foto) subiu no palanque novamente. Em encontro ontem, em São Paulo, promovido pelas centrais sindicais, pediu ao Congresso “paciência por seis meses”, tempo necessário, segundo ele, para recuperar a economia e fazer o país feliz novamente. Se para a economia pediu tempo, ele se mostrou preocupado com os rumos que vão tomando os fatos políticos e avisou que não vai deixar que a presidente Dilma seja vítima de um golpe, com a aprovação de seu impeachment. Ele criticou o Juiz Sérgio Moro e pediu a ajuda das centrais sindicais para combater a Lava Jato. Mas garantiu que não tem medo das investigações pois “o tempo vai mostrar quem tem razão”. O que não pode garantir foi se será ou não ministro e foi irônico ao comentar a suspensão de sua posse pelo ministro Gilmar Mendes que tomou a decisão “e depois viajou para Portugal”. Mas não será por isso, avisou que deixará de ajudar a presidente Dilma a governar o país. Se for mesmo ajudar, Lula deixou claro em seu palanque na festa sindicalista, que vai exigir mudanças na política econômica. Segundo ele, cada vez que se fala em corte, o governo desestimula os investimentos privados. “Não podemos continuar com a política de investimentos que permite a redução de empregos”. Enquanto Lula fala em mudar a política econômica, o governo vai passando seus apertos. Na segunda-feira será enviado ao Congresso um projeto que autoriza a União fechar o ano com um déficit primário de R$96,7 bilhões, superior em R$ 36,45 bilhões ao déficit autorizado, em fevereiro pelo Congresso, numa revisão da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Mas nem esta piora nas contas do governo, provocada pela queda da arrecadação, resultado da recessão econômica, tirou o ânimo da presidente Dilma que, pela manhã em entrevista, assegurou ter os votos necessários para barrar o impeachment no nascedouro, na Câmara Federal. Voltou a falar em golpe, sem identificar quem articula, e reafirmou que não renuncia em nenhuma hipótese. Entre os que a presidente Dilma afirma estarem articulando um golpe, não deve estar a oposição que anda mais preocupada com a própria pele. Ontem foi divulgada uma “superplanilha” encontrada na Construtora Odebrecht com o nome de mais de duzentos políticos, de dezoito partidos, que receberam verba da construtora. O juiz Sérgio Moro determinou sigilo dos dados da planilha, mesmo depois que já tinham sido divulgados. Para encerrar o dia na complicada vida política brasileira, o Ministério Público Federal divulgou nota desmentindo que tenha sido feito acordos de delação e leniência com a Construtora Odebrecht. O MPF não descarta o acordo de delação, mas avisa que ele terá que trazer muitas novidades e provas.

 

Empresários mineiros vão divulgar documento cobrando uma solução rápida para a crise via impeachment ou outras ações constitucionais

Entidades empresarias ligadas a Fiemg devem divulgar, ainda nessa semana, uma nota defendendo uma solução rápida para a crise política, econômica e ética, que afeta todos os setores produtivos do país. Os empresários defendem que a solução aconteça dentro das normas constitucionais, seja com o impeachment, com ações no Congresso Nacional que garantam a governabilidade ou pelo TSE, que analisa as contas de campanha da presidente Dilma Rousseff. O documento foi redigido ontem e estava sendo revisado pelos representantes das entidades ligadas a Federação das Indústrias de Minas Gerais e deve ser na mesma linha do texto divulgado pela CNI.

 

CNI já se pronunciou

A CNI e as Federações das Indústrias dos estados já haviam manifestado em documento, a “sua extrema preocupação” com o agravamento da crise política e econômica que o Brasil atravessa. “Os empresários, assim como todos os brasileiros, estão perplexos diante da grave deterioração do cenário político, que submete o país a uma situação sem precedentes em sua história recente. O caos em que mergulhou a política nacional gera um quadro de profundas incertezas, que piora as perspectivas da economia, já abalada pela mais séria recessão dos últimos 25 anos. O país vem sendo duramente prejudicado pela paralisia decisória que o afastou do caminho do crescimento, provocando o aumento do desemprego, a elevação da inflação e o fechamento de empresas. A indústria nacional não pode aceitar que disputas e desavenças políticas se sobreponham aos interesses maiores da nação. Os efeitos da atual crise ética, política e econômica têm sido catastróficos para empresas e trabalhadores. Ninguém aguenta mais assistir ao espetáculo deprimente em que se transformou a política brasileira. Já passou a hora de, com respeito aos ditames da lei e da Constituição, darmos um basta a esse impasse para que o país possa retomar o rumo. É imprescindível restabelecer a governabilidade. É fundamental restaurar a moralidade no trato dos assuntos públicos, adotar melhores práticas administrativas e implantar medidas favoráveis à estabilidade social, ao emprego e ao desenvolvimento. O setor empresarial espera que as instituições brasileiras, principalmente o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), com o apoio e a participação da sociedade, consigam encontrar, com urgência, soluções para tirar o país da crise política e econômica. Neste momento turbulento da vida nacional, a indústria brasileira exige grandeza, serenidade e espírito público dos homens e das mulheres que ocupam os Três Poderes da República, para que o Brasil possa superar o cenário adverso, voltar a crescer e ter confiança no futuro”.

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