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Dilma vai para o confronto com Temer e Cunha

Paulo César de Oliveira
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A presidente Dilma Rousseff (foto) considera o relatório da comissão especial do impeachment, aprovado na segunda-feira, a maior fraude jurídica e política da nossa história. “Trata-se da maior fraude jurídica e política de nossa história. Sem ela, impeachment sequer seria votado. O relatório da comissão do impeachment é instrumento da fraude. O relatório é tão frágil, sem fundamento, que chega a confessar que não há indícios, provas suficientes daquelas que chama de irregularidades e tentam me atribuir”, disse a presidente em discurso. A presidente, além de criticar o relatório, acusou, em sua fala, durante solenidade Palácio do Planalto, o seu vice, Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha de serem chefe e subchefe do que chama de “golpe” e conspiração. Ela não citou nomes, mas foi explícita. “Não sei direito qual é o chefe e qual é o vice-chefe. Um deles é a mão, não tão invisível assim, que conduz com desvio de poder e abusos inimagináveis deste processo de impeachment. O outro, esfrega as mãos e ensaia a farsa do vazamento de um pretenso discurso de posse”, declarou a presidente no evento para educadores e representantes estudantis no salão nobre do Palácio do Planalto.

 

Desrespeito e arrogância

Procurando demonstrar indignação, a presidente afirmou que o país vive “tempos estranhos, tempos de golpe, de farsa e de traição”. Dilma afirmou que ficou “chocada” com a “desfaçatez” do vazamento da gravação. De acordo com a presidente, na gravação, “um dos chefes da conspiração assume a condição de presidente da República”. Para ela, o áudio “revela traição a mim e à democracia” e demonstra que os “golpistas” não têm respeito pela democracia. Segundo a presidente, a gravação de uma fala de Temer como se o impeachment já tivesse sido aprovado pela Câmara, explicitou o “desapreço” pelo estado democrático e pela Constituição. Na avaliação da petista, “atropela-se” os ritos em curso no Congresso Nacional, numa “clara demonstração de desrespeito” pelo Legislativo, além de uma atitude de “arrogância”. “O áudio é um gesto que revela a traição a mim, à democracia e ainda explicita que esse chefe conspirador também não tem compromissos com o povo”, acrescentou. “Se havia dúvida sobre o golpe, a farsa e a traição em curso, não há mais. Se havia alguma dúvida sobre minha denúncia de que há um golpe de estado em andamento, não pode haver mais. Os golpistas podem ter chefe e vice chefe assumidos”, declarou. A assessoria do vice-presidente preferiu não comentar o episódio. Para o senador Romero Jucá, presidente em exercício do PMDB, a fala revela desequilíbrio emocional da presidente.

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