*O ministro chefe da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo (foto), foi o encarregado pelo governo de falar após a conclusão da votação do Plenário da Câmara dos Deputados, pela admissibilidade do processo de impeachment. Ele não soube explicar as razões do governo só ter obtido pouco mais de 23% dos votos dos deputados na decisão do processo de impeachment. Ele admitiu que muitos mudaram o voto depois de combinar com as lideranças governistas. Cardozo reafirmou o desejo do governo de recorrer ao Supremo contra a decisão dos deputados e voltou ao discurso do golpe. Ele cuidou ainda de passar o recado de que a presidente não pensa em renúncia e anunciou que ela fará um pronunciamento hoje.
*A decepção de ontem ficou por conta das manifestações populares contra e a favor do impeachment. Falavam em milhões de manifestantes pelas ruas do país, mas o que se viu foi a pouca disposição do povo de participar dos movimentos. Os governistas ainda tentaram atrair manifestantes com a realização de shows, mas a resposta ficou muito abaixo do esperado. Os a favor, mesmo em número pequeno em relação ao esperado, fizeram Carnaval com o resultado. Os confrontos deixaram as ruas e foram para as redes sociais onde foram de baixo nível.
*O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) cuspiu na cara do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) durante a sessão de votação da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff. De acordo com o próprio Wyllys, ele foi insultado por Bolsonaro e respondeu com a cusparada no deputado. “Na hora em que fui votar, esse canalha decidiu me insultar na saída e tentar agarrar meu braço. Ou foi alguém que estava perto dele. Quando ouvi o insulto, devolvi com um cuspe na cara dele, que é o que ele merece”, destacou o deputado do PSOL.
*Os chamados “papagaios de pirata” chamaram a atenção ontem, durante a transmissão da votação do impeachment da presidente Dilma, no plenário da Câmara Federal Alguns deputados, inclusive mineiros, se postaram próximo ao microfone usado para o anuncio do voto e não arredaram o pé durante horas. Tudo para aparecer.
*Não faltaram homenagens a mães, filhos, tias durante as votações do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O acordo para que cada parlamentar não ultrapassasse os 10 segundos para votar, parece ter sido obedecido apenas pelos deputados Paulo Maluf e o Tiririca. Maluf limitou-se a dizer sim ao processo de impeachment.