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Na Câmara foi como se esperava. Agora é com o Senado

Paulo César de Oliveira
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A crise agora vai para o Senado. A derrota do governo ontem, na Câmara dos Deputados, derrota já esperada, mas não pelos números alcançados pela oposição, 367, diante de 137 conquistados pelo governo, transfere aos senadores a responsabilidade de definir o futuro do país. O processo ainda precisa de um julgamento de admissibilidade antes de ir a plenário para votação. Só, e se, após a admissibilidade a presidente terá que se afastar do cargo. Para o país será uma longa noite de terror. A partir de ontem à noite, mais precisamente às 23h07, quando se confirmou o voto mágico do impeachment, o 342, deixamos de ter presidente. A presidente Dilma (foto) estará formalmente no cargo, mas sem autoridade e legitimidade política para permanecer no exercício da presidência, mesmo faltando ainda a decisão final do Senado. E é na possibilidade de reverter o quadro de derrota, cooptando senadores, que o governo aposta desde que a derrota na Câmara começou a se consolidar na votação de ontem. Renan Calheiros, o peemedebista presidente do Senado, passou a ser a esperança de, no mínimo, postergação do processo, enquanto os governistas vão tentar conquistar votos de senadores. O reforço nesta luta poderá ser o ex presidente Lula que, dependendo da votação do Supremo Tribunal Federal, poderá, finalmente, assumir a Casa Civil da presidente Dilma. A decisão liminar do ministro Gilmar Mendes, impedindo a posse do ex presidente no cargo, foi apontada por governistas como uma das causas do fracasso das incursões de Lula na busca de votos em troca de cargos e liberações de verbas. Agindo informalmente, sem um cargo na estrutura de governo, Lula não transmitiu confiança aos deputados de que o combinado seria cumprido pela presidente. A esperança dos petistas é que o Pleno do STF libere a posse e Lula possa articular com a caneta nas mãos. Mas o PT já sabe que não será missão simples. Hoje há uma folgada maioria pelo impeachment no Senado, que recebe ainda hoje o relatório da Câmara com o resultado da votação, maioria que não será fácil reverter, pela pressão que haverá sobre os senadores. Além do mais, Michel Temer estará em campo, tendo a oferecer uma boa perspectiva de poder a curtíssimo prazo. A briga daqui para a frente será interessante, mas péssima para o país. O que a população cobra é que ela seja o mais breve possível.

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