Líderes de quatro centrais sindicais se encontram ontem com o vice-presidente, Michel Temer (foto), para entregar uma carta em que pedem a manutenção e expansão de direitos trabalhistas, além da retomada do crescimento e do emprego. Os presidentes da Central Sindical Brasileira, Antonio Neto; da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva; da Nova Central Sindical de Trabalhadores, José Calixto; e da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah, se reuniram com Temer no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice. No texto, eles destacam o agravamento da crise econômica em decorrência do cenário político conturbado e pedem a “imediata retomada do crescimento econômico, da geração de emprego, de renda e da preservação e ampliação dos direitos trabalhistas e das conquistas sociais”. Para isso, os líderes sindicais apresentam no documento uma agenda de ações a serem tomadas em um eventual governo Temer, entre elas a “implantação urgente de uma política de desenvolvimento nacional” e a “mudança e redirecionamento na política econômica”. Eles pedem também a manutenção da política de valorização do salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda, a renegociação da dívida interna pública e a redução dos juros, entre outras reivindicações.
Até Collor tem plano de salvação nacional
Liderando um grupo de dez senadores, o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) apresentou ontem ao vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), uma proposta de “reconstrução nacional”. Único presidente cassado depois da redemocratização, Collor disse que o plano foi elaborado por senadores do PTB, PSC, PRB, PTC e PR. “Pedimos a audiência para apresentar a ele, como já apresentamos ao Senado, à sociedade, e também ao Palácio do Planalto, um programa fruto de estudos realizados pelo próprio bloco de reconstrução nacional. Uma série de observações que entendemos importantes para que, sendo seguidas, possam retirar o país da crise”, disse Collor. O ex-presidente não quis comentar o processo de impeachment de Dilma Rousseff, em análise no Senado. A convite de Temer, os líderes do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), também estiveram na noite de ontem no gabinete da Vice-Presidência para tratar da transição de governo caso o Senado decida afastar Dilma do cargo. Em tom cauteloso, Cunha Lima condicionou o apoio da legenda a um eventual governo Temer à assinatura de “compromissos programáticos” e a uma mudança na forma da condução do país e da construção da coalizão política.