Os deputados estaduais mineiros tiveram uma sessão, ontem, digna de briga de porta de escola. Os trabalhos caminhavam com discussões entre governo e oposição, até que no meio do discurso do deputado Cabo Júlio (PMDB), o líder do governo, deputado Durval Ângelo (foto), do PT, decidiu anunciar que a mesa diretora da Assembleia não iria aceitar o projeto de resolução da oposição para sustar os efeitos da decisão do governador Fernando Pimentel de nomear a sua mulher Carolina Oliveira para a Secretaria do Trabalho e Ação Social, por considera-lo sem juridicidade e inconstitucional. O deputado Gustavo Valadares (PSDB) quis saber como ele tinha a informação se a mesa ainda não tinha se pronunciado a respeito do assunto. Com isso, os dois deputados começaram um bate-boca, que deixando atordoado o presidente da sessão, deputado Hely Tarquínio, que em determinado momento se confundiu e em vez de alertar os parlamentares de que iria cortar o som dos microfones, acabou dizendo que ia cortar os alto falantes. Entre risos e gritos, os deputados continuaram com a discussão até a que a sessão foi suspensa e pouco depois encerrada devido ao acirramento dos ânimos.
Recurso engatilhado
Sabendo que a mesa diretora da Assembleia poderia rejeitar o projeto, a oposição já tinha preparado um outro recurso, que será apresentado na próxima sessão. Antes do bate-boca, os deputados da oposição disseram que o processo de blindagem da primeira dama, Carolina Oliveira, pegou o ex-secretário André Quintão de surpresa. Ele foi comunicado à noite de que seria exonerado no dia seguinte para que Carolina assumisse o cargo. André Quintão não estava na Casa para dar a sua versão, mas o deputado Durval Ângelo reafirmou que a decisão faz parte da reforma administrativa promovida pelo governador Fernando Pimentel, que até a hora do bate-boca ainda não tinha sido encaminhada à Assembleia Legislativa.