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BC sinaliza que juros não caem agora

Paulo César de Oliveira
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O Banco Central reduziu sua projeção para a inflação tanto para 2016 como para 2017, ficando “ao redor” do alvo de 4,5 por cento no ano que vem, mas reiterou não haver espaço para diminuição dos juros básicos diante de fatores como o nível elevado da inflação em 12 meses. O BC manteve o discurso de cautela, mostrou a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta divulgada ontem, ao repetir que apesar dos avanços obtidos até agora no combate à inflação, especialmente quanto à contenção dos efeitos de segunda ordem dos ajustes de preços relativos, ainda não pode cortar a Selic. “O comitê considera que o nível elevado da inflação em doze meses e as expectativas de inflação distantes dos objetivos do regime de metas não oferecem espaço para flexibilização da política monetária”, informa a ata. Na semana passada, o BC manteve, em decisão unânime, a Selic em 14,25%, mesmo patamar desde julho de 2015.

 

Uma forte deterioração da economia

O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, acumulou alta de 9,34% em 12 meses, até abril, desacelerando sobre os 9,95% de março, mas ainda distante da meta do governo para este ano –4,5% pelo IPCA, com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O BC já havia sinalizado esperar queda de dois pontos percentuais na inflação no primeiro semestre, considerando fatores como a forte deterioração da economia e do mercado de trabalho, além da menor valorização do dólar frente ao real. Em seu cenário de referência, o BC considerou o dólar em 3,55 reais, próximo ao patamar atual e já distante do nível de 3,95 reais considerado na reunião anterior do Copom. No mercado de juros futuros, a curva aponta para o início do ciclo de afrouxamento da política monetária em agosto. Na ata, o BC acrescentou “o processo de distensão no mercado de trabalho” entre os fatores importantes do contexto em que as decisões futuras de política econômica serão tomadas, repetindo outros vetores que já havia citado antes, como a perspectiva de um hiato de produto mais desinflacionário que o inicialmente previsto. O documento formalizou ainda mensagem que o diretor de Política Econômica do BC, Altamir Lopes (foto), já havia sublinhado em março, sobre balanço do setor público em zona expansionista, em contraposição à posição de neutralidade vista antes.

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